Direito legítimo e opção eficaz

A greve usa-se

Só marcar uma greve já dá re­sul­tados

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Na fá­brica de pneus de Santo Tirso, o re­curso à greve na tarde de amanhã foi apro­vado em ple­nário. Os tra­ba­lha­dores da CNB/​Camac re­velou o SITE Norte, da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN – re­sol­veram pro­testar assim contra o des­pe­di­mento co­lec­tivo de 24 ca­ma­radas, de­sen­ca­deado no mês de Agosto, em pleno pe­ríodo de fé­rias. Mas ficou con­vo­cado para ontem um novo ple­nário, para re­agir a uma evo­lução da po­sição da ad­mi­nis­tração.

A em­presa tem 142 tra­ba­lha­dores, de­pois de ter ar­ran­cado com 115, no início de 2010 e con­cre­ti­zando um plano de re­cu­pe­ração. Em Ou­tubro e No­vembro ter­mi­nará a sus­pensão de con­tratos de ou­tros tra­ba­lha­dores, que de­verão re­tomar o ser­viço. A CNB/​Camac tinha cerca de 300 tra­ba­lha­dores, que em 2009 de­sen­vol­veram in­tensa luta pela re­cu­pe­ração da em­presa e pela sal­va­guarda do em­prego.

Os tra­ba­lha­dores do Grupo Tâ­mega Ma­deira es­ti­veram em greve no dia 31 de Agosto, de­vido a atrasos no pa­ga­mento do sa­lário de Julho e do sub­sídio de fé­rias. Um di­ri­gente sin­dical disse então à Lusa que, dos 440 tra­ba­lha­dores, apenas cerca de 40 es­tava a tra­ba­lhar, e vá­rias de­zenas con­cen­traram-se de manhã frente às ins­ta­la­ções da em­presa, no Ca­niço, con­celho de Santa Cruz. Aos re­pre­sen­tantes dos sin­di­catos e da co­missão de tra­ba­lha­dores, a ad­mi­nis­tração com­pro­meteu-se a pagar Julho até ao final da­quela se­mana, e li­quidar em Se­tembro o sub­sídio de fé­rias e o sa­lário de Agosto, ale­gando que os atrasos se devem às dí­vidas do Go­verno Re­gi­onal e de câ­maras mu­ni­ci­pais. Di­a­man­tino Al­turas, do Sin­di­cato da Cons­trução Civil, ad­mitiu que possam ser en­ce­tadas novas formas de luta, como uma con­cen­tração na sede do Go­verno Re­gi­onal.

Uma se­mana de­pois, a CDU con­denou a in­tenção, re­ve­lada pela ad­mi­nis­tração, de de­sen­ca­dear um des­pe­di­mento co­lec­tivo e atirar para o de­sem­prego cen­tenas de tra­ba­lha­dores, o que vem acres­centar ainda mais ra­zões aos mo­tivos de luta na Tâ­mega.

Também con­fron­tados com atraso no pa­ga­mento de sa­lá­rios, desde Junho, os 32 tra­ba­lha­dores da Pa­ni­fi­ca­dora Cen­tral Ebo­rense de­ci­diram ontem de manhã, em ple­nário, sus­pender a greve con­vo­cada, em res­posta aos com­pro­missos as­su­midos pela ge­rência. «A uni­dade e a re­sis­tência dos tra­ba­lha­dores le­varam a que a em­presa se com­pro­me­tesse a pagar uma parte dos sa­lá­rios em atraso até dia 15 e a outra parte até ao final do mês», in­formou o sin­di­cato da Ali­men­tação, Be­bidas e Ta­baco. O Sintab/​CGTP-IN res­salvou que, se o com­pro­misso for rom­pido, ha­verá «novas formas de luta pelo pa­ga­mento dos sa­lá­rios e pela ma­nu­tenção dos postos de tra­balho».

O Sin­di­cato da Ho­te­laria e Si­mi­lares do Centro, da CGTP-IN, ad­mitiu an­te­ontem que possam vir a en­trar em greve, a breve prazo, as tra­ba­lha­doras da Gertal que as­se­guram o for­ne­ci­mento de re­fei­ções nas es­colas da Di­recção Re­gi­onal da Edu­cação do Centro. O sin­di­cato es­creveu esta terça-feira ao mi­nistro da Edu­cação, exi­gindo uma so­lução rá­pida para a falta de pes­soal e a ins­ta­bi­li­dade la­boral e so­cial, que ame­açam pôr em causa a qua­li­dade das re­fei­ções e até o ho­rário em que são ser­vidas.

Ainda não foi re­a­li­zado o con­curso da con­cessão da­quele ser­viço, o que levou o Mi­nis­tério a en­tregá-lo à Gertal, acei­tando - «pelos vistos», como nota o sin­di­cato – que fosse re­du­zido o nú­mero de tra­ba­lha­doras e também as horas de tra­balho de muitas delas, a quem foi pro­posta a re­a­li­zação de oito, dez, doze ou quinze horas se­ma­nais. Além disto, a Gertal re­corre a em­presas de tra­balho tem­po­rário para a con­tra­tação, en­ten­dendo o sin­di­cato que para tal não tem co­ber­tura legal.



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