Milhares na concentração dos transportes

A luta não pára

Decididos a intensificar a luta, mais de cinco mil trabalhadores das empresas públicas de transportes e comunicações repudiaram, dia 20, em Lisboa, as privatizações, os despedimentos e a destruição de direitos.

Para dia 8 está marcada nova jornada de luta em todo o sector

Image 8932

Numa acção extraordinariamente participada, trabalhadores das empresas Carris, do Metropolitano de Lisboa, das empresas do Grupo CP e do Grupo TAP, da ANA, da Transtejo, da Soflusa e dos CTT responderam à convocatória da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, Fectrans/CGTP-IN, e de outros sindicatos do sector. A concentração, no Largo de Camões, com desfile até à residência oficial do primeiro-ministro, teve assim uma extraordinária participação no primeiro dia da semana de luta da CGTP-IN.

Numa resolução aprovada no fim da concentração e posteriormente entregue em São Bento, os participantes repudiam a destruição da contratação colectiva, de postos de trabalho e de empresas públicas, rejeitam as privatizações, as fusões e o aumento do custo de vida, e comprometem-se a fazer da greve geral de 24 de Novembro uma «resposta geral» à «brutal ofensiva» contra os seus direitos. Também aprovaram um novo dia de luta, a 8 de Novembro, em todas estas empresas, com plenários e paralisações.

No Porto, no mesmo dia, os trabalhadores da STCP e da Metro do Porto anunciaram, após plenários, que juntarão a sua luta à greve geral, e à luta sectorial, no dia 8.

Na manhã da concentração, em Lisboa, mais de 700 trabalhadores do Metropolitano aprovaram, em plenário, a sua participação em todas as formas de luta que os sindicatos considerem convenientes paras impedir a concretização do plano do Governo para o sector.

Na concentração interveio o coordenador da Fectrans, Amável Alves, avisando que a concretização das intenções do Governo para o sector significará despedimentos, destruição de postos de trabalho, desmantelamento e privatização de empresas públicas, mais precariedade, e a destruição de direitos laborais, acabando com os acordos de empresa e a negociação colectiva.

Recordando as medidas que afectam toda a população, como o quotidiano aumento do custo de vida e, em especial, dos custos no acesso a serviços públicos, incluindo o tarifário dos transportes, Amável Alves salientou que «aos trabalhadores resta lutar para impedir esta destruição, que prejudicará também toda a população e utentes».

 

Impedir a destruição

 

Para enfrentar o actual «ataque sem precedentes» aos direitos laborais, «torna-se inevitável recorrermos à única forma que poderá travar a destruição de empregos, de empresas e direitos», considerou o dirigente sindical. «Nada substitui a força e a consequência da participação dos trabalhadores na luta organizada, em cada local de trabalho e nas lutas gerais contra o roubo dos salários e de direitos, a destruição dos acordos de empresa, de serviços públicos e dos apoios sociais», explicou, enunciando as conclusões constantes na resolução, aprovada por unanimidade e aclamação durante a acção.

Em solidariedade com os trabalhadores em luta esteve o deputado do PCP, Bruno Dias, que saudou e foi entusiasticamente cumprimentado pelos trabalhadores, à chegada da manifestação a São Bento, junto à Assembleia da República.



Mais artigos de: Trabalhadores

Todos os dias são de luta

A semana de luta, que a CGTP-IN está a promover desde dia 20, traz para as ruas o descontentamento das trabalhadoras e dos trabalhadores de diferentes sectores e empresas, em dezenas de localidades. As manifestações da Administração Pública e dos transportes, greves e plenários, concentrações e iniciativas de esclarecimento que decorreram nestes dias vieram dar mais ânimo ao alargamento da luta, engrossando a mobilização para a próxima grande batalha: a greve geral de 24 de Novembro.

Reforçar a luta e a resistência

Fazer uma grande manifestação nacional e garantir o sucesso da greve geral, foram decisões centrais aprovadas no plenário nacional promovido, dia 21, pela Frente Comum, em Lisboa.

Militares elevam o tom

Oficiais, sargentos e praças dos três ramos das Forças Armadas usaram palavras duras para mostrarem a sua indignação e decidiram convocar uma concentração para 12 de Novembro.

Congresso de luta

Persistir na unidade e luta dos trabalhadores, exigir a reindustrialização do País e alcançar uma mudança política que valorize o trabalho com direitos foram preocupações que marcaram o 2.º Congresso da Fiequimetal.

Acções de Norte a Sul

O calendário da semana de luta, que a CGTP-IN está a promover desde dia 20, estende-se por vários distritos e sectores. Além de outras iniciativas que são noticiadas nestas páginas, o mapa das...

Protesto mobilizador no Barreiro

Cerca de dois mil barreirenses participaram, na manhã de sábado, 22, num protesto inserido na Semana de Luta convocada pela CGTP para o período de 20 a 27 de Outubro, informou em nota à comunicação social a Comissão Concelhia do PCP. Sob o lema...

Reabram os bingos

Muitos dos cerca de 90 trabalhadores das salas de bingo Brasília e Olímpia, no Porto, deslocaram-se, dia 20, ao Ministério da Economia, em Lisboa, com o apoio do Sindicato da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, da CGTP-IN. Obtiveram garantias de que até...

Enfermeiros despedidos fazem falta

Ao decidir montar ontem uma tenda de campanha na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, em colaboração com as Comissões de Utentes da Cidade de Lisboa, pretendeu alertar para a ameaça de despedimento que paira sobre centenas de profissionais da...

Alfandegários em luta

Os trabalhadores alfandegários participarão nas acções gerais de luta da Administração Pública, anunciou, dia 22, a Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT). Reunida no dia 19, anunciou a sua participação no plenário nacional da Frente Comum,...

Protesto na <i>FMAC</i>

Rita Rato esteve esta segunda-feira com cerca de uma centena de trabalhadores, concentrados à porta da FMAC, em Esposende, numa acção de luta convocada pelo Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, da CGTP-IN. A deputada do PCP expressou solidariedade aos...

ASAE

Ao solicitar acesso à certidão de um processo disciplinar que lhe foi instaurado, um funcionário da ASAE foi informado de que teria de pagar, antecipadamente, as 121 páginas do documento, a seis euros cada uma, mais IVA, totalizando 892,98 euros. Para a Associação Sindical dos...