Faleceu Aida Magro

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Fa­leceu na sexta-feira a his­tó­rica mi­li­tante do PCP Aida Magro. Nas­cida em An­gola em 1918 e for­mada em En­ge­nharia Quí­mica, aderiu ao PCP em 1942, co­me­çando a sua mi­li­tância na luta pelos di­reitos das mu­lheres e pela so­li­da­ri­e­dade an­ti­fas­cista. Em 1945, passou à clan­des­ti­ni­dade como fun­ci­o­nária do Par­tido as­su­mindo, entre ou­tras ta­refas, o con­trolo do Co­mité da Zona Ori­ental de Lisboa, na al­tura a zona ope­rária mais im­por­tante da ci­dade.

Presa em Maio de 1957, Aida Magro foi su­jeita e in­ter­ro­ga­tó­rios e iso­la­mento du­rante seis meses, sendo jul­gada apenas em Julho de 1958 e con­de­nada a dois anos e meio de prisão maior, pena que seria pro­lon­gada até 1963 pela apli­cação das fa­mi­ge­radas «me­didas de se­gu­rança». Ou seja, passou seis anos na prisão de Ca­xias.

Em li­ber­dade, con­ti­nuou a luta des­ta­cando-se em ac­ções em vá­rias ca­pi­tais eu­ro­peias – Bru­xelas, Lon­dres, Paris ou Roma – de mo­bi­li­zação da so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­onal pela am­nistia e li­ber­tação dos presos po­lí­ticos por­tu­gueses. Foi ainda ac­ti­vista da Co­missão Na­ci­onal de So­corro aos Presos Po­lí­ticos.

De­pois do 25 de Abril, Aida Magro, no­va­mente como fun­ci­o­nária do Par­tido, in­te­grou a Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa do PCP, as­su­mindo ta­refas na Or­ga­ni­zação Con­ce­lhia de Sintra, no Centro de Tra­balho Vi­tória e na Sede Cen­tral do Par­tido.

No fu­neral, re­a­li­zado no sá­bado, Do­mingos Abrantes, do Co­mité Cen­tral, sa­li­entou que a enun­ci­ação de factos da vida de mi­li­tantes como Aida Magro «dizem-nos muito, mas não nos dizem tudo», pois «nunca será de mais lem­brar e não deixar es­quecer que a clan­des­ti­ni­dade e a prisão sig­ni­ficou para as mu­lheres, como mães, um sa­cri­fício par­ti­cular não men­su­rável, com pro­fundas marcas nas suas vidas». Quando Aida Magro passou à clan­des­ti­ni­dade a sua filha Ma­nuela tinha apenas três meses. A se­pa­ração deu-se quatro anos de­pois e só se vol­ta­riam a ver 14 anos mais tarde.

Do­mingos Abrantes re­alçou ainda que Aida Magro «fazia parte de um nú­cleo já muito di­mi­nuto de uma ge­ração de ho­mens e mu­lheres que tra­varam a luta contra o fas­cismo e se lan­çaram na re­or­ga­ni­zação do Par­tido num pe­ríodo ex­tre­ma­mente negro para os povos de todo o mundo e para os co­mu­nistas em par­ti­cular».

O Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral e a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa do PCP en­de­re­çaram à fa­mília as con­do­lên­cias pelo de­sa­pa­re­ci­mento desta «lu­ta­dora in­can­sável e co­ra­josa».



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