O Governo do desemprego

A «política recessiva imposta pelo Governo PSD/CDS-PP» é a causa central que faz de Portugal o quinto país com mais desemprego dos 34 da OCDE, acusou a CGTP-IN, num comunicado de dia 14, onde analisa os últimos dados do Instituto do Emprego e da Formação Profissional.

Trata-se de «uma política que esquece os trabalhadores e as suas famílias e a economia, persistindo na obsessão da redução do défice com consequência directa nos cortes nas prestações sociais, nos serviços públicos e na redução de funções sociais do Estado», alertou a central, lembrando que a OCDE coloca Portugal como o país mais desigual de todos os seus membros.

Analisando os dados do IEFP, a CGTP-IN verificou que o desemprego registado em Novembro aumentou em 36 494 trabalhadores, se comparado com o mesmo mês do ano passado. Causa central deste aumento é o fim dos contratos a termo (mais de 42 por cento dos novos desempregados). O prolongamento destes contratos em vez da passagem dos trabalhadores à efectividade cria um «ciclo vicioso de desemprego-precariedade-desemprego, em que estão mergulhadas largas centenas de milhares de trabalhadores».

 

Três de uma só vez

 

Duas empresas têxteis do distrito de Braga encerraram recentemente e uma outra tem os salários em atraso, anunciou, dia 15, à Lusa, Manuel Sousa, dirigente do sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes.

Na Marques e Silva, em Esposende, os cinquenta trabalhadores foram vítimas de um despedimento colectivo nesse mesmo dia e têm em atraso os salários de Outubro e de Novembro. No mesmo concelho, a Ferdia já tinha em atraso os salários de Setembro, Outubro e Novembro, e fechou portas deixando 32 trabalhadores sem emprego.

Na Tinturaria Industrial de Barcelos, os seus 54 trabalhadores cumpriam uma vigília à porta das instalações reclamando o pagamento do salário de Novembro.

No âmbito da semana de luta da CGTP-IN, todos estes trabalhadores participaram na manifestação de protesto e no desfile até à Segurança Social, em Braga.



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