Frente Comum «enterrou» o Governo

Contra todos os roubos

Centenas de activistas e dirigentes da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública enterraram simbolicamente o Governo e desfilaram em cordão humano, dia 15, em Lisboa.

«Não nos roubem o futuro»

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Com o cordão humano, do Marquês de Pombal ao Ministério das Finanças, a Frente Comum afiançou ao Governo que «a luta dos trabalhadores enterrará a sua política» de roubos nos salários, nas pensões e nos subsídios, de desemprego, precariedade e degradação das condições de vida e de trabalho, como afirmou a coordenadora da maior estrutura sindical do sector, Ana Avoila, na intervenção que encerrou o protesto no Terreiro do Paço.
À frente do cordão humano, activistas sindicais carregavam um caixão, onde os defuntos eram o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, seguido de Paulo Portas e do restante elenco do Governo PSD/CDS-PP. O desfile era anunciado por música de intervenção, ao vivo, numa carrinha de caixa aberta que o encabeçava.
Salientando o salto qualitativo de participação obtido na greve geral, os representantes sindicais deixaram claro, com esta acção, que no próximo ano todas as medidas de destruição de direitos, constantes no Orçamento do Estado para 2012, «contarão com uma firme e cada vez mais forte oposição dos trabalhadores da Administração Pública», como garantiu Ana Avoila.


Motivos da indignação  

 

Durante o desfile, foi repudiada a precariedade de emprego, quando os trabalhadores desempenham funções que correspondem a necessidades de trabalho permanentes. Foi reivindicado o direito ao emprego e reclamada a dignificação da Função Pública e dos seus trabalhadores, bem como a manutenção e melhorias dos serviços públicos.

As reivindicações centrais do protesto constam num ofício, entregue no Ministério das Finanças pela coordenadora da Frente Comum e dirigido ao secretário de Estado da Administração Pública, onde também é reclamado «o fim do irracional sistema de avaliação de desempenho».
O desfile condenou duramente a política de vassalagem do Governo e do PS ao FMI e à troika estrangeira, como se ouviu em várias palavras de ordem.
A terminar o protesto, os participantes exibiram, diante do Ministério das Finanças, pequenas faixas brancas individuais com um sério aviso: «Não nos roubem o futuro».

  

Alternativas existem e recomendam-se

 

Provando que há alternativas à política censurada pelos trabalhadores na acção, o ofício entregue no Ministério das Finanças lembra que elas constam da Proposta Reivindicativa Comum para 2012, entregue pela Frente Comum ao Executivo PSD/CDS-PP, em Setembro. Mas «o Governo nem se dignou responder por escrito», tendo preferido impor a «série de retrocessos sociais, constantes no Orçamento do Estado para 2012».

Salientando que esta é também uma luta por serviços essenciais à qualidade de vida das populações, Ana Avoila reclamou a valorização dos salários e das reformas, condenou o aumento das taxas moderadoras e a destruição do poder local democrático, reclamou Educação e Saúde públicas de qualidade e classificou de vergonhoso o roubo nos salários, subsídios e pensões de trabalhadores, desempregados, reformados e pensionistas.



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