Combate à infecção por VIH/SIDA

Vencer atrasos

O PCP con­si­dera que há no nosso País «um enorme atraso» no com­bate ao VIH/​SIDA – quer na pre­venção, quer nas áreas ditas tra­di­ci­o­nais, quer no com­bate às novas ten­dên­cias de in­fecção – e de­fende que um Ser­viço Na­ci­onal de Saúde «forte e com re­cursos tem um papel de­ci­sivo» no ataque a esta epi­demia.

«O facto de, por exemplo, nas es­colas con­ti­nuar a não haver o acesso ao pre­ser­va­tivo é um obs­tá­culo à po­lí­tica de pre­venção», re­feriu o pre­si­dente do Grupo Par­la­mentar do PCP, em re­cente de­bate de um pro­jecto de re­so­lução, pre­co­ni­zando a adopção de me­didas ten­dentes ao com­bate à in­fecção por VIH/​SIDA.

E re­cordou, a pro­pó­sito, o que de­signou por «es­tú­pidas re­ac­ções» as­su­midas há uns anos por al­gumas per­so­na­li­dades e até ban­cadas par­la­men­tares quando o PCP propôs que essa dis­tri­buição fosse feita nas es­colas.

No que res­peita ao di­ag­nós­tico, su­bli­nhou que este é de­ci­sivo «quer para travar a epi­demia quer para o tra­ta­mento da­queles que estão in­fec­tados», o que exige, acres­centou, «ca­pa­ci­dade de re­fe­ren­ci­ação, uma sen­si­bi­li­zação dos pro­fis­si­o­nais e uma po­lí­tica ac­tiva, abran­gente e co­or­de­nada».

Para Ber­nar­dino So­ares, o prin­cípio dos «três um» é es­sen­cial: «um só plano de acção acor­dado e apro­vado por todos; uma só co­or­de­nação na­ci­onal com uma acção trans­versal e que tenha meios e re­cursos para o levar a cabo; um só sis­tema de ava­li­ação acor­dado e re­co­nhe­cido».

E porquê? Porque, em sua opi­nião, está em curso «uma po­lí­tica ex­tre­ma­mente res­tri­tiva no SNS», com os me­di­ca­mentos hos­pi­ta­lares para a te­ra­pêu­tica re­tro­ví­rica a ser um «alvo fácil e óbvio para quem quer re­duzir à força o seu custo, como já está a acon­tecer nou­tras pa­to­lo­gias como a on­co­logia».

O líder par­la­mentar co­mu­nista mos­trou-se ainda fa­vo­rável a uma forte ne­go­ci­ação em que o Go­verno as­suma o seu papel para que os custos com estas te­ra­pêu­ticas baixem – «porque podem baixar», en­fa­tizou –, afir­mando porém que o PCP nunca acei­tará uma res­trição no acesso uni­versal a esta te­ra­pêu­tica.

A si­tu­ação crí­tica ac­tual de­vido ao des­man­te­la­mento de es­tru­turas com provas dadas, como é o caso do IDT, foi também abor­dado por Ber­nar­dino So­ares, para quem este «é um bom exemplo de como se está a des­man­telar uma po­lí­tica, des­man­te­lando uma es­tru­tura que tinha efi­cácia e com­batia o fe­nó­meno».

O mesmo em re­lação à es­tru­tura na­ci­onal de luta contra a SIDA e «sua di­luição e perda de au­to­nomia, como está pre­visto na po­lí­tica do Go­verno», acusou.

«Não há com­bate ao VHI/​SIDA sem um SNS forte e com ca­pa­ci­dade», su­bli­nhou ainda Ber­nar­dino So­ares, que ad­mitiu como po­si­tivo a par­ti­ci­pação de todos neste com­bate – in­cluindo ins­ti­tui­ções pri­vadas –, re­cu­sando con­tudo que isso sig­ni­fique a «re­par­tição, isto é uma di­mi­nuição das res­pon­sa­bi­li­dades do SNS».



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