Diploma do PCP amanhã em debate

Travão à evasão fiscal

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Está agen­dada para amanhã, 13, a dis­cussão do pro­jecto de lei do PCP que in­troduz al­te­ra­ções ao IRC com vista a acabar com ope­ra­ções dos grandes grupos eco­nó­micos na­ci­o­nais de «evasão fiscal le­ga­li­zada», como lhes chamou o de­pu­tado co­mu­nista Ho­nório Novo.
Travar estas des­lo­ca­li­za­ções, apre­sen­tadas sob a capa de «pla­ne­a­mento fiscal», mas que em rigor são uma busca de evasão fiscal por parte dos po­de­rosos, assim se fur­tando às suas res­pon­sa­bi­li­dades e obri­ga­ções fis­cais, eis o prin­cipal ob­jec­tivo do di­ploma co­mu­nista.
Nesse sen­tido, é pro­posta uma al­te­ração ao ar­tigo 66 do IRC de modo a que os ren­di­mentos ob­tidos nou­tros países ou re­giões com re­gimes fis­cais mais fa­vo­rá­veis passem a ser sempre im­pu­tá­veis aos su­jeitos pas­sivos de IRC com sede em ter­ri­tório na­ci­onal.
A cla­ri­fi­cação do con­ceito de «di­recção efec­tiva» da em­presa em ter­ri­tório por­tu­guês, con­forme a versão há muito pro­posta pela pró­pria Di­recção Geral dos Im­postos, cons­titui outra das pro­postas do PCP.
Des­taque, ainda, para a pro­posta que re­voga o ar­tigo re­la­tivo ao Es­ta­tuto Be­ne­fí­cios Fis­cais, o qual isenta a tri­bu­tação das mais-va­lias ob­tidas por So­ci­e­dades Ges­toras de Par­ti­ci­pa­ções So­cais (SGPS).

Esta ini­ci­a­tiva da ban­cada co­mu­nista surge de­pois de o País ter fi­cado a saber que a so­ci­e­dade que con­trola o grupo Je­ró­nimo Mar­tins, a exemplo do que têm feito ou­tros grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros, trans­feriu a sua par­ti­ci­pação mai­o­ri­tária para a Ho­landa, país com um re­gime fiscal mais fa­vo­rável.
Re­a­gindo a esta de­cisão, em in­ter­venção no Par­la­mento, dia 4, Ho­nório Novo con­si­derou que ela re­pre­senta o des­mo­ronar da «imagem da cha­mada por­tu­ga­li­dade ou da de­fesa e pro­moção da pro­dução na­ci­onal pro­pa­lada pela Je­ró­nimo Mar­tins e pelo seu pre­si­dente, So­ares dos Santos».
«Caiu a más­cara da hi­po­crisia po­lí­tica deste grupo: por um lado, a fazer cam­panha do que é por­tu­guês; por outro lado, in­ven­tando todos os ar­ti­fí­cios para fugir ra­pi­da­mente e se­diar as suas hol­dings pes­soais e fa­mi­li­ares na Ho­landa, e assim fugir à tri­bu­tação fiscal», afirmou o de­pu­tado do PCP.
Para Ho­nório Novo, que in­ter­pe­lava o de­pu­tado do BE Pedro Fi­lipe So­ares, que sus­ci­tara a questão em de­cla­ração po­lí­tica, este com­por­ta­mento da­quele grupo nem é aliás novo, re­cor­dando a pro­pó­sito que em final de 2010, tal como fi­zeram a SE­MAPA e a PT, an­te­ci­param a dis­tri­buição de di­vi­dendos de 2011 para fugir à nova tri­bu­tação que ia en­trar em vigor nesse ano, com a cum­pli­ci­dade do go­verno de então, que lhes per­mitiu essa an­te­ci­pação e não aprovou uma pro­posta do PCP que previa que tal an­te­ci­pação fosse acom­pa­nhada de uma an­te­ci­pação da tri­bu­tação res­pec­tiva.
Ho­nório Novo lem­brou ainda que desde Agosto do ano pas­sado que 19 dos grupos do PSI 20 pos­suem 74 so­ci­e­dades em off-shores, in­cluindo a Ho­landa, e que neste país 16 dos grupos do PSI 20 têm 31 so­ci­e­dades, como o PCP re­petiu exaus­ti­va­mente no de­bate do OE para 2012.



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