Estaleiros de Viana

Privatizar seria crime contra a economia nacional

Só é pos­sível manter os postos de tra­balho nos Es­ta­leiros Na­vais de Viana do Cas­telo no quadro da de­fesa do seu es­ta­tuto pú­blico, ga­rante o PCP, dando o exemplo de an­te­ri­ores pri­va­ti­za­ções.

A pri­va­ti­zação dos Es­ta­leiros não ga­rante os ac­tuais postos de tra­balho

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Num co­mu­ni­cado emi­tido an­te­ontem, a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Viana do Cas­telo do PCP re­a­firmou a sua frontal opo­sição à pri­va­ti­zação dos Es­ta­leiros Na­vais, con­si­de­rando-a um «crime contra a eco­nomia na­ci­onal». O PCP re­agia assim aos anún­cios do Mi­nis­tério da De­fesa e do mi­nistro Aguiar-Branco que davam conta da in­tenção de pri­va­tizar a to­ta­li­dade do ca­pital da em­presa até ao mês de Julho deste ano. Adi­an­tava ainda o Mi­nis­tério que ao con­curso in­ter­na­ci­onal para a ali­e­nação do ca­pital da em­presa con­cor­reram seis grupos pri­vados (russos, chi­neses, por­tu­gueses, entre ou­tros).

Para os co­mu­nistas, a pri­va­ti­zação dos Es­ta­leiros não só não ga­rante a ma­nu­tenção dos postos de tra­balho hoje exis­tentes (como re­co­nhe­ceram Aguiar-Branco e o pró­prio Pedro Passos Co­elho, que se re­fu­giou num «é pre­ma­turo» para não se com­pro­meter com a de­fesa do em­prego) como põe em causa o pró­prio fu­turo do único grande es­ta­leiro por­tu­guês com ca­pa­ci­dade de pro­jecto e com uma in­ve­jável car­teira de en­co­mendas. A de­cisão é po­lí­tica – e está ins­crita no pacto de agressão as­si­nado com a troika es­tran­geira.

Há muito que o PCP alerta para os pe­rigos de uma ab­sorção dos ENVC por qual­quer um dos gi­gantes do sector, que re­me­te­riam a em­presa por­tu­guesa para uma po­sição mar­ginal e po­deria levar mesmo ao seu en­cer­ra­mento. Foi o que acon­teceu a vá­rios es­ta­leiros do mundo. O co­or­de­nador da Co­missão de Tra­ba­lha­dores da em­presa, re­a­gindo ao anúncio do Go­verno, em de­cla­ra­ções à im­prensa, também chamou a atenção para a pos­si­bi­li­dade de um qual­quer grupo in­ter­na­ci­onal ad­quirir a em­presa e «levar o know-how, como já acon­teceu com ou­tras grandes em­presas im­por­tantes que ti­vemos e já não temos».

Se­gundo os co­mu­nistas, a pri­va­ti­zação dos Es­ta­leiros, a ir por di­ante, é to­tal­mente con­trária a uma po­lí­tica de in­ves­ti­mento no mar, «tão pro­pa­lada nos dis­cursos ofi­ciais, e à de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais».

Anun­ciado pelo Go­verno foi também o rei­nício, a curto prazo, da cons­trução dos dois na­vios as­fal­teiros en­co­men­dados pela Ve­ne­zuela por 128 mi­lhões de euros. O PCP, que propôs no início de Fe­ve­reiro a dis­po­ni­bi­li­zação de três mi­lhões de euros para que os Es­ta­leiros pu­dessem co­meçar a tra­ba­lhar nesse pro­jecto, ga­ran­tindo assim a la­bo­ração da em­presa por pelo menos três anos, re­agiu assim ao anúncio: «Seria ab­so­lu­ta­mente es­can­da­loso que o Go­verno, que ao longo destes meses im­pediu que se ini­ci­asse o tra­balho de cons­trução dos na­vios as­fal­teiros, ale­gando as di­fi­cul­dades fi­nan­ceiras do País, vi­esse agora in­jectar mi­lhões de euros na em­presa, para a en­tregar de mão bei­jada a grupos eco­nó­micos pri­vados.» Com a en­co­menda da Ve­ne­zuela e com os tra­ba­lhos pe­didos pela Ma­rinha por­tu­guesa, que estão sus­pensos, os Es­ta­leiros te­riam o seu fu­turo as­se­gu­rado por muitos anos. Todos estes na­vios po­de­riam per­fei­ta­mente ser cons­truídos no quadro do es­ta­tuto pú­blico dos ENVC.



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