Flagelos

Abor­dando a questão do de­sem­prego – por­ven­tura a «mais de­vas­ta­dora con­sequência» da po­lí­tica de di­reita, seja ela exe­cu­tada pela mão do PS ou do PSD e do CDS-PP –, cuja fas­quia já ul­tra­passou os 14%, o de­pu­tado co­mu­nista João Ramos ver­berou o facto de mais de me­tade do mi­lhão e du­zentos mil ac­tivos que vivem esse in­for­túnio terem «a sua vida em sus­penso porque também lhes cor­taram as pro­tec­ções a que têm di­reito e para as quais des­con­taram».

Acusou o Exe­cu­tivo, por outro lado, de querer impor mais des­re­gu­lação, por via de al­te­ra­ções ao Có­digo do Tra­balho, lem­brando que sempre que houve me­xidas na le­gis­lação la­boral o de­sem­prego subiu de forma con­si­de­rável.

Também o ca­minho da emi­gração – so­lução apon­tada pelo Go­verno – foi alvo da crí­tica de João Ramos, que, a este pro­pó­sito, trouxe à co­lação no­tí­cias dra­má­ticas que vão che­gando, como as que se re­ferem à si­tu­ação dos por­tu­gueses a sair do País e a dormir nas ruas, em carros, nas es­ta­ções de com­boios e até nas casas de banho pú­blicas, em Lon­dres, no Lu­xem­burgo, na Suíça, a par de ou­tras no­tí­cias que falam dos pro­blemas com tra­ba­lha­dores na Bél­gica e na Ho­landa.

«As mis­sões ca­tó­licas, so­li­ci­tadas para ali­mentar estas pes­soas, estão de­ses­pe­radas e apelam para que em Por­tugal se faça uma cam­panha séria para des­mo­bi­lizar as pes­soas de irem sem con­tactos e sem con­tratos de tra­balho», ob­servou o de­pu­tado do PCP, su­bli­nhando que a exemplo do que su­cede com os ho­rá­rios de tra­balho, o valor dos sa­lá­rios, o acesso à saúde e à edu­cação, também nesta ma­téria as­sis­timos a «um re­gresso ao pas­sado», à «fi­lo­sofia do emi­grante de mala de cartão que passa a salto sem qual­quer pro­tecção».



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