Ainda a provocação do Pingo Doce

Ganhar demais e pagar «de menos»

Num co­mu­ni­cado da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa, o PCP re­alça que a pro­vo­cação da ca­deia Pingo Doce ao 1.º de Maio prova que o grupo Je­ró­nimo Mar­tins (pro­pri­e­tária desta ca­deia) «ganha de mais e paga de menos». Assim, os con­su­mi­dores devem «exigir que os preços so­fram desde já uma acen­tuada baixa» e os tra­ba­lha­dores um «sig­ni­fi­ca­tivo au­mento de sa­lá­rios, em vez da pseudo-ca­ri­dade que im­pera no grupo». Para o PCP, se é pos­sível à Je­ró­nimo Mar­tins re­duzir os preços também lhe será su­por­tável au­mentar os sa­lá­rios aos seus tra­ba­lha­dores.

Para o PCP, o grupo Je­ró­nimo Mar­tins – um dos mai­ores grupos eco­nó­micos na­ci­o­nais que re­cen­te­mente trans­feriu para a Ho­landa a sua sede fiscal – «ar­ruina a eco­nomia do Pais ao vender abaixo do custo de pro­dução». Com isto perde o pe­queno co­mércio, sem con­di­ções para con­correr; os pro­du­tores, a quem é pago pouco (tantas vezes abaixo do pró­prio custo de pro­dução) e tarde; os tra­ba­lha­dores, que re­cebem «sa­lá­rios de mi­séria» e sobre quem au­menta «de forma so­fis­ti­cada a re­pressão e a co­acção psi­co­ló­gica». Perde ainda o País, pois não pa­gando im­postos em Por­tugal, o grupo Je­ró­nimo Mar­tins não con­tribui para o Or­ça­mento do Es­tado.

Num outro co­mu­ni­cado, di­ri­gido aos tra­ba­lha­dores das grandes su­per­fí­cies co­mer­ciais, a or­ga­ni­zação do Par­tido no sector, de Lisboa, apela à luta por me­lhores sa­lá­rios, pois «só ela per­mite a in­de­pen­dência do tra­ba­lhador face ao banco a quem tem de pagar a casa, ou face ao pa­trão que, como o Sr. So­ares dos Santos do Pingo Doce, já se ofe­rece para em­prestar ao tra­ba­lhador di­nheiro para pagar as pres­ta­ções, como se estar de­pen­dente do banco ou do maior mul­ti­mi­li­o­nário de Por­tugal não fosse exac­ta­mente a mesma coisa». Os co­mu­nistas lem­bram ainda que «só me­lhores sa­lá­rios per­mitem que o tra­ba­lhador viva sem stress, com mais saúde, me­lhor dis­po­sição para re­la­ções sau­dá­veis com a fa­mília e os co­legas de tra­balho» e que «par­ti­cipe com maior à von­tade nas lutas e en­frente a re­pressão e as hu­mi­lha­ções que lhe pro­curam impor no local de tra­balho».

Lem­brando que os sa­lá­rios no sector da grande dis­tri­buição não au­mentam há dois anos, os co­mu­nistas afirmam que os tra­ba­lha­dores devem estar cons­ci­entes de que o sa­lário «não é uma es­mola mas um di­reito» e, assim, en­vol­verem-se de forma mais ac­tiva na exi­gência de me­lhores sa­lá­rios. Ao fazê-lo, ga­rante o PCP, es­tarão apenas a «exigir o que é seu».

Os co­mu­nistas chamam ainda a atenção para as ma­no­bras pa­tro­nais que pro­curam des­viar os tra­ba­lha­dores da luta im­pres­cin­dível pelo sa­lário: os ca­bazes de com­pras que a ca­deia Pingo Doce dá como «es­mo­linha» a quem não tem sa­lário que chegue; ou os au­mentos a quem tiver «boa ava­li­ação», per­ma­ne­cendo os cri­té­rios no se­gredo dos deuses.



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