Belgas denunciam grandes fortunas

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Milhares de trabalhadores belgas manifestaram-se, dia 14, em Bruxelas, para reivindicar «um sistema fiscal mais justo» e denunciar as benesses de que beneficiam as grandes fortunas.

O protesto foi simbolicamente convocado pela central FGTB para o município de de Ixelles, situado na região de Bruxelas, onde se concentram os luxuosos bairros habitados por multimilionários belgas e estrangeiros, designadamente franceses, que ali fixam residência para fugir aos impostos no seu país.

Ainda na semana anterior ao protesto, o conhecido magnata francês, Bernard Arnault, principal accionista do grupo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), considerado pela Forbes como a quarta pessoa mais rica do planeta, com 41 mil milhões de dólares, anunciou a intenção de pedir a naturalização belga.

A decisão de Arnaut, motivada pela criação em França de uma taxa de 75 por cento sobre os altos rendimentos, acendeu o debate na Bélgica sobre a injustiça do sistema fiscal, que apenas tributa os rendimentos do trabalho, os beneficiários de prestações sociais e os pequenos empresários.

Por isso, os manifestantes trouxeram cartazes com fotos de Arnault, mas também da rainha da Inglaterra, da milionária francesa Liliane Bettencourt ou do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. Em todos se lia: «Eu quero ser belga».

Para a Federação Geral do Trabalho da Bélgica é altura de abolir o segredo bancário, estabelecer um cadastro das grandes fortunas e sujeitá-las à tributação fiscal.

Durante a acção, Anne Demelenne, secretária-geral da FGTB, exigiu que «os ganhos financeiros sejam tributados ao mesmo nível que os rendimentos do trabalho, na ordem de 28 por cento».

Também o presidente da central, Rudy De Leeuw, sublinhou que «não queremos mais moderação salarial, nem agravamento da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, queremos que o capital seja tributado».



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