BALFLORA responsabiliza Governo por incêndios florestais

«Flagelo» que devasta Portugal

Ano após ano, os in­cên­dios flo­res­tais ame­açam a vida das po­pu­la­ções e causam enormes pre­juízos a mi­lhares de com­partes dos bal­dios e pe­quenos e mé­dios pro­du­tores flo­res­tais.

Op­ções er­radas pelas mo­no­cul­turas flo­res­tais

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A BAL­FLORA – Se­cre­ta­riado dos Bal­dios do Dis­trito de Viseu, ma­ni­festou, en­tre­tanto, a sua so­li­da­ri­e­dade «às po­pu­la­ções e as­sem­bleias de com­partes de bal­dios atin­gidos por este fla­gelo» e la­mentou «os enormes pre­juízos já pro­vo­cados na flo­resta ar­dida, nas casas, equi­pa­mentos, in­fra­es­tru­turas agro-pe­cuá­rias e até vidas des­truídas». Por outro lado, ma­ni­festou o seu «grande re­co­nhe­ci­mento a todos aqueles que – bom­beiros e po­pu­la­ções – não têm pou­pado es­forços para com­bater ou mi­ni­mizar os efeitos desta ver­da­deira ca­la­mi­dade».

Não dei­xando de re­co­nhecer entre as grandes causas deste fla­gelo o «pe­ríodo de seca ex­trema que o País está a viver», a BAL­FLORA chama, no en­tanto, a atenção para a res­pon­sa­bi­li­dade que con­tinua a ter nos in­cên­dios flo­res­tais e na enorme di­mensão da área já ar­dida a «falta de uma po­lí­tica de efec­tiva pre­venção dos in­cên­dios e de pro­tecção da flo­resta por parte do Go­verno e da mi­nistra da Agri­cul­tura», no­me­a­da­mente, e desde logo, quando cortou «150 mi­lhões de euros para in­ves­ti­mentos na flo­resta, na re­cente re­pro­gra­mação do PRODER e em toda uma po­lí­tica agrí­cola que reduz os ren­di­mentos dos agri­cul­tores e pro­du­tores flo­res­tais», des­pro­mo­vendo o «apro­vei­ta­mento de muitos dos re­cursos e po­ten­ci­a­li­dades dos bal­dios» e de­sin­ves­tindo na flo­resta, fa­zendo «op­ções er­radas pelas mo­no­cul­turas flo­res­tais do pi­nheiro e eu­ca­lipto».

Face a esta si­tu­ação, a BAL­FLORA, as as­sem­bleias de com­partes e o mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo dos bal­dios, que tantas vezes têm re­cla­mado apoios para a pre­venção dos in­cên­dios e a pro­tecção da flo­resta, exigem do Go­verno um «le­van­ta­mento ri­go­roso dos pre­juízos cau­sados por esta ver­da­deira praga», a «ur­gente re­ti­rada, a preços justos, da ma­deira ar­dida» e a «in­dem­ni­zação dos enormes pre­juízos cau­sados aos com­partes dos bal­dios e a mi­lhares de pro­du­tores flo­res­tais».


«Os Verdes» con­frontam mi­nistro

No dia 5 de Se­tembro, uma de­le­gação do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» (PEV) en­tregou à mi­nistra do Am­bi­ente dois pos­tais que re­flectem o ac­tual es­tado am­bi­ental do País, la­vrado pelos in­cên­dios e onde os eu­ca­liptos se ex­pandem des­con­tro­la­da­mente, e uma t-shirt em de­fesa das es­pé­cies flo­res­tais na­tivas, entre as quais o so­breiro.

Com esta ini­ci­a­tiva, «Os Verdes» pre­ten­deram que na aber­tura do «ano po­lí­tico» as ques­tões am­bi­en­tais não fi­cassem à margem do de­bate e que o Go­verno fosse con­fron­tado com as con­sequên­cias das op­ções que o mesmo pre­tende tomar nestas áreas. Op­ções estas, no­me­a­da­mente a al­te­ração da le­gis­lação sobre Ar­bo­ri­zação e Re­ar­bo­ri­zação, que vêm des­re­gular ainda mais o sector flo­restal e es­can­carar as portas à ex­pansão do eu­ca­lipto, agra­vando os riscos de in­cêndio, de­gra­dando a pai­sagem, au­men­tando o em­po­bre­ci­mento dos solos e da bi­o­di­ver­si­dade, ge­rando mais iso­la­mento e de­ser­ti­fi­cação.

Como sa­li­en­taram os eco­lo­gistas, estas op­ções do Go­verno pró-eu­ca­lip­ti­zação «só servem os in­te­resses eco­nó­micos das ce­lu­loses e de al­guns pro­pri­e­tá­rios, des­cu­rando to­tal­mente os im­pactos am­bi­en­tais, o in­te­resse global e o do de­sen­vol­vi­mento sus­ten­tável do País».

Re­la­ti­va­mente aos in­cên­dios, o PEV de­fende que o Go­verno, para além ava­liar as fa­lhas nos meios e na co­o­pe­ração do com­bate aos in­cên­dios, de­verá «ava­liar as de­bi­li­dades do pró­prio es­tado da flo­resta, e da sua falta de “imu­ni­dade” contra os in­cên­dios, de­cor­rentes do in­cum­pri­mento ou da ina­de­quação dos ins­tru­mentos le­gis­la­tivos re­la­tivos à pro­tecção e pre­venção da flo­resta contra os fogos flo­res­tais» e, ainda, «de um de­sor­de­na­mento flo­restal que tem per­mi­tido a ex­pansão de es­pé­cies exó­ticas al­ta­mente in­fla­má­veis, tais como o eu­ca­lipto».

No Mi­nis­tério do Am­bi­ente, «Os Verdes» abor­daram ainda os pro­blemas de­cor­rentes do Plano Na­ci­onal de Bar­ra­gens, e re­a­firmam a ne­ces­si­dade de parar de­fi­ni­ti­va­mente as obras da Bar­ragem de Foz Tua.

Novos im­postos para a Agri­cul­tura

A Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura (CNA) ma­ni­festou, em nota de im­prensa, grandes pre­o­cu­pa­ções com o au­mento da carga fiscal, em sede de IVA, dos custos dos com­bus­tí­veis para a agri­cul­tura – ac­tu­al­mente com um des­conto de 42 cên­timos por litro, pra­ti­cado no preço final do ga­sóleo agrí­cola – e com o agra­va­mento de im­postos, que vai atingir os bens ali­men­tares. «A con­cre­ti­zarem-se, apenas vão con­tri­buir para mais ruína e aban­dono no sector agrí­cola e para mais fome e des­nu­trição em Por­tugal», alerta a CNA, que «re­jeita qual­quer agra­va­mento da carga fiscal» e exige «me­didas que di­mi­nuam os custos dos fac­tores de pro­dução» e que «au­mentem o poder de compra dos por­tu­gueses». Ao nível do Or­ça­mento do Es­tado, a Con­fe­de­ração su­blinha que é ne­ces­sário «re­forçar bas­tante as do­ta­ções para per­mitir mais in­ves­ti­mento na Agri­cul­tura e no mundo rural, e para apoiar mais e me­lhor quem aí tra­balha e produz».



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