Espanhóis cercam o Congresso

«Não é uma crise, é um roubo»

Pela terceira vez numa semana, milhares de manifestantes concentraram-se nas proximidades do Congresso espanhol, desafiando a proibição das autoridades e o forte dispositivo repressivo.

A iminência do resgate revolta população

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Gritando palavras de ordem como, «Não é uma crise, é um roubo», «Demissão», «Menos polícia, mais Educação», uma multidão voltou a encher, ao fim da tarde de sábado, 29, a Praça Neptuno de Madrid, no âmbito da iniciativa «Cerca o Congresso», cuja primeira jornada teve lugar dia 25, ficando marcada por violentos confrontos com a polícia.

Apesar da repressão, que provocou dezenas de feridos e levou à detenção de 35 pessoas, o protesto repetiu-se no dia seguinte. Os promotores da acção, a plataforma «De Pé!» e a Coordenadora 25S, consideraram que os incidentes e as detenções fazem parte de uma «estratégia de produção de medo» e de criminalização», tendo por isso defendido a necessidade de continuar os protestos: «Voltaremos a cercar o Congresso para lhes dizer que governem para as pessoas não para os bancos».

Um dos manifestos divulgados pelos organizadores da acção afirma que «a democracia está sequestrada e sujeita ao ditames da troika (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu), por isso devemos resgatá-la».

Concentrações semelhantes tiveram lugar frente aos parlamentos regionais em Valência, Oviedo, Málaga, Sevilha, Palma, Valladolid, Santander e Estremadura, entre outros.

Na Andaluzia, o Sindicato Andaluz de Trabalhadores (SAT), que juntou, dia 25, milhares de pessoas junto ao parlamento regional, convocou para hoje, quinta-feira, 4, uma greve geral de 24 horas no município de Jódar, para exigir das autoridades regionais 15 dias de trabalho para todas as pessoas que estão no desemprego já durante o mês de Outubro.

O SAT pretende igualmente um «autêntico plano de choque», que garanta pelo menos quatro meses de trabalho a todos os desempregados até ao final de 2013.

No País Basco, uma greve geral paralisou, dia 26, a maioria dos sectores de actividade desta região de Espanha. A jornada de luta foi promovida por um amplo conjunto de sindicatos, embora não tenha sido apoiada pelas Comisiones Obreras nem pela UGT.



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