Processo de paz na Colômbia

FARC insistem em diálogo franco

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o governo colombiano iniciam, dentro de dez dias, a segunda fase do diálogo de paz, processo que a guerrilha diz levar por diante «não por medo da morte, mas por amor à vida».

Convidam a dialogar mas planeiam dar o golpe definitivo

O dia 15 de Outubro como a data de arranque das negociações, em Oslo, na Noruega, foi confirmado pelas partes esta segunda-feira, dia 1. No entanto, o anúncio do início do diálogo não foi feito sem que antes o primeiro secretário das FARC, Timoléon Jiménez, tenha sido obrigado a deixar alguns recados ao presidente Juan Manuel Santos.

Em mensagem divulgada a semana passada através de uma rede social, Jiménez lembrou ao governo colombiano que a guerrilha aceita sentar-se à mesa das negociações «não por medo da morte, mas por amor à vida», advertência surgida depois de Santos e das altas chefias militares da Colômbia terem ameaçado de morte três membros do secretariado das FARC. «O diálogo é então para assinar a rendição?», questionou.

«Convidam a dialogar mas planeiam dar o golpe definitivo», acrescentou Jiménez, para quem, neste contexto, «Santos continua a tradição criminosa de todas as oligarquias», ao invés de reconhecer as reivindicações da imensa maioria do povo colombiano.

Um dia depois da comunicação do líder das FARC, o presidente colombiano considerou que, se o processo de paz não for bem sucedido, «o país não perde nada». De acordo com a Caracol Radio, Santos acrescentou ainda que «a melhor forma de proteger a população colombiana é continuar com as operações militares», contrariando os apelos para o estabelecimento de um cessar-fogo no decurso de um período negocial sério e franco.

Santos confirmou, com estas palavras, o alerta deixado por Timoleón Jiménez. Não obstante, as FARC insistem no fim do conflito armado, e, no mesmo dia, emitiram um comunicado conjunto com o Exército de Libertação Nacional no qual defendem que a pacificação pode significar para a Colômbia e para o subcontinente sul-americano a instauração de «uma verdadeira democracia, da soberania popular, da justiça social e da liberdade».



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