Um Partido com futuro

O re­forço do Par­tido, aos mais va­ri­ados ní­veis, surge como questão cen­tral. Que ba­lanço será apre­sen­tado ao Con­gresso nesta ma­téria?

Vamos des­tacar a res­pon­sa­bi­li­zação, acom­pa­nha­mento e for­mação de qua­dros; a exis­tência de 5800 novos mi­li­tantes; o re­forço da or­ga­ni­zação e in­ter­venção junto da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores; ou a re­a­li­zação de 500 as­sem­bleias de or­ga­ni­zação, numa de­mons­tração de um Par­tido vivo, que co­nhece di­fi­cul­dades e in­su­fi­ci­ên­cias, mas com um tra­balho, uma acção e uma in­ter­venção de grande valor.

No caso da or­ga­ni­zação junto dos tra­ba­lha­dores, nas em­presas e lo­cais de tra­balho, muitas vezes é cons­truída e pas­sado pouco tempo já não existe, porque de­sa­pa­rece o local de tra­balho. Por isso estes re­sul­tados devem ser ana­li­sados e jul­gados a partir da re­a­li­dade eco­nó­mica e so­cial con­creta do País.

 

E para o fu­turo, quais as li­nhas pri­o­ri­tá­rias para o re­forço do Par­tido?

Trata-se, no fundo, de pros­se­guir as li­nhas que es­tavam já con­subs­tan­ci­adas na cam­panha Avante! Por um PCP mais Forte, em que a pedra an­gular con­ti­nuará a ser o re­forço da nossa acção, in­ter­venção e or­ga­ni­zação junto da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores. É talvez o tra­balho mais di­fícil, tendo em conta o nível do de­sem­prego e da pre­ca­ri­e­dade, mas é também o mais im­por­tante. Para este Par­tido co­mu­nista, a sua li­gação pro­funda aos tra­ba­lha­dores é um ele­mento que está na sua razão de ser e de existir e na razão da sua luta.

 

En­tre­tanto, o Par­tido tem em curso uma cam­panha de re­cru­ta­mento que se saldou, até ao mo­mento, pela adesão de mil novos mi­li­tantes. Que sig­ni­fi­cado tem isto?

Nós con­si­de­ramos que tem um valor in­trín­seco este re­cru­ta­mento, esta adesão ao nosso Par­tido num quadro tão vi­o­lento da ofen­siva, em que se con­vida à re­sig­nação e ao con­for­mismo, ao medo de perder o em­prego e os di­reitos. Estas mil ade­sões re­velam uma to­mada de cons­ci­ência, uma ele­vação de cons­ci­ência, eu diria mesmo co­ragem. Tendo em conta os dias que correm, a com­po­sição destes novos mil mi­li­tantes, em que a com­po­nente das novas ge­ra­ções é pre­do­mi­nante, sig­ni­fica que afinal este Par­tido tem fu­turo, ao con­trário do que pensam os nossos de­trac­tores.

 

Que res­postas po­derão en­con­trar no Con­gresso do Par­tido as pes­soas que, em cada vez maior nú­mero, sentem a ne­ces­si­dade de mudar de po­lí­tica?

Será nos do­cu­mentos que re­sul­tarem da dis­cussão e da vo­tação do Con­gresso que pro­cu­ra­remos res­ponder, no con­creto, às as­pi­ra­ções dessas pes­soas. Es­pe­ramos que olhem para nós como a força por­ta­dora dessa es­pe­rança que não fica à es­pera, por­ta­dora da con­fi­ança, da luta e da pro­posta. Este é o com­pro­misso que po­demos as­sumir antes da re­a­li­zação do XIX Con­gresso. 



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