Concentrações, plenários e greves em sectores e empresas

As lutas não param

Para a pró­xima quarta-feira, a CGTP-IN con­vocou uma con­cen­tração junto do Par­la­mento, para onde se vão di­rigir os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, que se con­cen­tram no Marquês de Pombal. A greve geral, a 14 de No­vembro, é um im­por­tante ponto de con­fluência, mas até lá as lutas não param.

As lutas em curso dão força à greve geral

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As duas ac­ções de 31 de Ou­tubro vão marcar o dia da pri­meira vo­tação do Or­ça­mento do Es­tado. No Marquês de Pombal, a partir das 15.30 horas, con­cen­tram-se tra­ba­lha­dores dos di­fe­rentes sec­tores da ad­mi­nis­tração cen­tral, re­gi­onal e local, mo­bi­li­zados pelos sin­di­catos da Frente Comum. A ma­ni­fes­tação na As­sem­bleia da Re­pú­blica está mar­cada para as 17 horas.

Mas hoje mesmo, às 10 horas, o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Local re­a­liza uma con­cen­tração de di­ri­gentes e de­le­gados, para en­tregar na pre­si­dência do Con­selho de Mi­nis­tros um ma­ni­festo em de­fesa do Poder Local de­mo­crá­tico, do em­prego, dos di­reitos e dos sa­lá­rios, e para exigir res­posta ao pe­dido ur­gente de reu­nião for­ma­li­zado a 7 de Se­tembro.

Esta acção, ex­plica o STAL/​CGTP-IN – que está a pro­mover uma «ca­ra­vana do pro­testo, luta e afir­mação», desde dia 15 e até 23 de No­vembro – «visa pro­testar contra as po­lí­ticas go­ver­na­men­tais que têm vindo a des­truir o Poder Local, os ser­viços pú­blicos e os di­reitos dos seus tra­ba­lha­dores, par­ti­cu­lar­mente a ex­tinção de fre­gue­sias, a cha­mada “Lei dos Com­pro­missos” e o re­gime ju­rí­dico do sector em­pre­sa­rial local, a que se juntam as me­didas já anun­ci­adas para o Or­ça­mento do Es­tado para 2013, par­ti­cu­lar­mente as que apontam novas re­du­ções de tra­ba­lha­dores, que para o sin­di­cato au­mentam a as­fixia das au­tar­quias e pro­movem a sua pa­ra­li­sação».

A nível de es­colas e agru­pa­mentos e dos dis­tritos de Aveiro, Beja, Coimbra e Faro, os sin­di­catos da Fe­de­ração Na­ci­onal de Pro­fes­sores co­me­çaram an­te­ontem uma série de ple­ná­rios, cujo ca­len­dário se es­tende até 12 de No­vembro. Nas reu­niões estão em de­bate a si­tu­ação do País, da es­cola pú­blica e dos pro­fes­sores, as pro­postas para res­ponder aos pro­blemas e a mo­bi­li­zação para a greve geral e ou­tras lutas.

No dis­trito de Lisboa, a In­ter­jovem lançou uma série de ac­ções, em lo­cais de tra­balho com grande nú­mero de jo­vens, tendo por ob­jec­tivos a sin­di­ca­li­zação e a mo­bi­li­zação para a con­cen­tração de 31 de Ou­tubro, na AR, e para a greve geral. A es­tru­tura sin­dical ju­venil propõe-se re­a­lizar 1500 con­versas.

An­te­ontem, o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores dos Im­postos (que não in­tegra a Frente Comum nem tem fi­li­ação em qual­quer cen­tral) fez um apelo pú­blico à par­ti­ci­pação dos tra­ba­lha­dores da Au­to­ri­dade Tri­bu­tária e Adu­a­neira na greve geral, a 14 de No­vembro. De­pois de cri­ticar du­ra­mente a pro­posta go­ver­na­mental de Or­ça­mento para 2013, o STI de­clara que, «se em face deste ataque in­qua­li­fi­cável, de­sis­tís­semos de lutar, ja­mais po­de­ríamos en­carar de frente as fu­turas ge­ra­ções».

Das ra­zões para lutar trata-se, mais uma vez, no ma­ni­festo que a CGTP-IN editou para as ma­ni­fes­ta­ções da pró­xima quarta-feira. Por um lado, há que lutar para travar me­didas que visam «pôr os tra­ba­lha­dores e o povo a pão e água»; por outro lado, a Inter su­blinha que há so­lu­ções e re­corda as suas re­centes pro­postas, para au­mentar as re­ceitas do Es­tado em seis mil mi­lhões de euros e para gerar pou­panças de valor se­me­lhante.

Neste es­forço co­lec­tivo, de es­tí­mulo à re­sis­tência e luta em cada em­presa e local de tra­balho, e de am­pli­ação da par­ti­ci­pação nas ba­ta­lhas mais ge­rais, in­seriu-se a des­lo­cação do Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, anun­ciada para todo o dia de ontem, no dis­trito de Bra­gança, com par­ti­ci­pação em ple­ná­rios de tra­ba­lha­dores nas ofi­cinas da Câ­mara Mu­ni­cipal de Ma­cedo de Ca­va­leiros e na fá­brica da Fau­récia.

Na se­gunda-feira, pouco de­pois de en­tregar no Mi­nis­tério da Eco­nomia e do Em­prego o pré-aviso para a greve geral, Ar­ménio Carlos en­con­trou-se com de­zenas de tra­ba­lha­dores do Bingo do Sal­gueiros (na foto), que vi­eram a Lisboa para exi­girem à se­cre­tária de Es­tado do Tu­rismo que recue na de­cisão que levou ao en­cer­ra­mento da­quele es­ta­be­le­ci­mento e que cumpra a pro­messa de as­se­gurar os 93 postos de tra­balho. O fecho foi co­mu­ni­cado na ma­dru­gada de do­mingo, pela di­recção do clube, que de­clarou não ten­ci­onar fazer um des­pe­di­mento co­lec­tivo nem pagar in­dem­ni­za­ções. O se­cre­tário-geral e de­mais di­ri­gentes que in­te­graram a de­le­gação da CGTP-IN ex­pres­saram so­li­da­ri­e­dade e apoio aos tra­ba­lha­dores e ao Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte.

Nas pá­ginas se­guintes são tra­tadas mais al­gumas das lutas que não param e que dão força aos ob­jec­tivos da greve geral.

Jor­nada eu­ro­peia

A Con­fe­de­ração Eu­ro­peia de Sin­di­catos con­vocou uma «jor­nada de acção de so­li­da­ri­e­dade por um con­trato so­cial para a Eu­ropa», em toda a União Eu­ro­peia, para dia 14 de No­vembro, coin­ci­dindo com a greve geral con­vo­cada em Por­tugal pela CGTP-IN. A no­tícia foi dada pela cen­tral por­tu­guesa, que par­ti­cipou na reu­nião do Co­mité Exe­cu­tivo da CES, nos dias 17 e 18, em Bru­xelas. A jor­nada as­su­mirá formas di­versas, como greves, ma­ni­fes­ta­ções, con­cen­tra­ções e ou­tras. A de­le­gação da CGTP-IN foi di­ri­gida pelo seu Se­cre­tário-geral, Ar­ménio Carlos.

Na reu­nião par­ti­ci­param Ig­nacio Fer­nández Toxo, Se­cre­tário-geral das Co­mi­si­ones Obreras e pre­si­dente da CES, e Cán­dido Méndez, Se­cre­tário-geral da UGT de Es­panha. Ambas as cen­trais já anun­ci­aram a con­vo­cação de uma greve geral para 14 de No­vembro.

Os sin­di­catos de França e Itália estão a pre­parar ma­ni­fes­ta­ções e ou­tras ac­ções para esta data. Cen­trais e sin­di­catos de países, como a Grécia, Malta e Chipre, estão a ana­lisar par­ti­ci­pação nesta luta, no­me­a­da­mente con­vo­cando greves ge­rais.

Esta é a pri­meira vez que cen­trais sin­di­cais de vá­rios países da UE estão a en­carar a con­vo­cação de greve para um dia comum.

No sá­bado, dia 20, Au­gusto Praça, da Co­missão Exe­cu­tiva da CGTP-IN, re­pre­sentou a In­ter­sin­dical na ma­ni­fes­tação que a TUC bri­tâ­nica pro­moveu em Lon­dres, contra as me­didas de aus­te­ri­dade no Reino Unido. À CGIL de Itália, a Inter en­viou uma men­sagem de so­li­da­ri­e­dade, por oca­sião da ma­ni­fes­tação na­ci­onal que aquela con­vocou para o pas­sado sá­bado, em Roma, sob a pa­lavra de ordem «Pri­meiro o Tra­balho».

 

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Es­tá­tuas de Lisboa

Ca­louste Gul­ben­kian, Chopin, Simon Bo­lívar, Eça de Queiroz, Fer­nando Pessoa e o poeta Chiado, o cau­te­leiro do Largo Trin­dade Co­elho, o Marquês de Sá da Ban­deira, Nep­tuno, Ce­sário Verde e os sol­dados do mo­nu­mento a Martim Moniz foram al­gumas das es­tá­tuas de Lisboa que «ves­tiram a ca­mi­sola» da greve geral. Os co­letes ver­me­lhos sur­giram na manhã de se­gunda-feira em mais de uma de­zena de mo­nu­mentos, acom­pa­nhados de car­tazes com a ins­crição «Até as es­tá­tuas fazem greve geral – e tu, vais ficar pa­rado?».

Nep­tuno, no Largo de Dona Es­te­fânia, foi um dos que «ves­tiram a ca­mi­sola» da greve geral



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