Metro pode parar em Janeiro
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa decidiram avançar para novas paralisações parciais, durante o mês de Janeiro, realizando uma greve por semana, caso a administração persista em fugir à negociação e violar o Acordo de Empresa.
A decisão foi tomada no dia 20, num plenário realizado durante a greve que, de manhã, interrompeu a circulação, devido à adesão quase total dos trabalhadores, informou a Fectrans. Um momento-chave deste processo é a reunião marcada para hoje, dos representantes dos trabalhadores com a administração.
«Não estamos disponíveis para aceitar a continuação do roubo nos salários e subsídios de férias e de Natal; a recusa à negociação colectiva; todos os atropelos ao nosso AE livremente negociado e em vigor até 2015; o ataque ao Metropolitano de Lisboa, enquanto empresa pública de transportes, bem como ao serviço público às populações que temos orgulho em prestar» - declaravam a Fectrans, o STTM, o Sindem e o Sitra, num comunicado conjunto em que se congratulavam por o tribunal arbitral ter dado razão aos trabalhadores e não ter decretado serviços mínimos para dia 20.
Segundo a Fectrans, a legislação já aplicada impõe uma brutal redução dos salários, que seria agravada com o que o Governo preconiza na Proposta de Lei 106/XII, a qual «implicaria a redução de mais 133 euros por mês na remuneração de cada trabalhador».
Na véspera da greve, o PCP promoveu na AR uma audição, em que participaram aquelas estruturas sindicais e a Comissão de Trabalhadores. Realizada na véspera da greve, a iniciativa constituiu também uma expressão de «activa solidariedade com uma luta que se trava em defesa dos direitos dos trabalhadores (num momento em que mais de 30 por cento do salário é roubado e a contratação colectiva espezinhada) pelos direitos dos utentes (com o Governo a preparar novos cortes no serviço prestado) e pela economia nacional (quando as troikas se preparam para oferecer a lucrativa exploração comercial às multinacionais)», como se refere numa nota publicada no sítio da Organização Regional de Lisboa do Partido.