Firmeza na luta e mobilização dos utentes

Greves justas no Metro

Na ter­ceira terça-feira de greve par­cial, os tra­ba­lha­dores do Me­tro­po­li­tano de Lisboa re­a­li­zaram ainda um ple­nário, na Praça Luís de Ca­mões, onde apro­varam uma cam­panha de es­cla­re­ci­mento dos pas­sa­geiros.

Em 2012 foram per­didos em swaps oito anos de sa­lá­rios

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«A adesão foi es­ma­ga­dora, apesar das di­versas ten­ta­tivas da ad­mi­nis­tração de, a todo o custo, co­locar com­boios a cir­cular», in­for­mava a Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Trans­portes e Co­mu­ni­ca­ções, ao fim da manhã de an­te­ontem, dando conta do re­sul­tado da greve que re­quereu, mais uma vez, o en­cer­ra­mento das es­ta­ções até cerca das 10.30 horas.

A Fec­trans/​CGTP-IN lem­brou que os tra­ba­lha­dores lutam pela ne­go­ci­ação co­lec­tiva, que não é res­pei­tada, e pelo cum­pri­mento do Acordo de Em­presa, mas também por «uma em­presa me­lhor, com um ser­viço de qua­li­dade e se­guro, onde utentes e tra­ba­lha­dores sejam res­pei­tados por aqueles que são no­me­ados para ad­mi­nis­trar, mas que não andam de trans­porte pú­blico, porque têm grandes pri­vi­lé­gios, tais como sa­lá­rios ele­vados (au­men­tados re­cen­te­mente), au­to­móvel, des­pesas com ga­so­lina para uso de ser­viço e pri­vado, pa­ga­mento de te­le­móvel, mo­to­rista, etc.».

A nota de im­prensa re­to­mava assim a res­posta que tinha sido dada no dia 23, em carta-aberta de quatro or­ga­ni­za­ções sin­di­cais, à mis­siva que o pre­si­dente do con­selho de ad­mi­nis­tração en­viou ao pes­soal no dia 21, vés­pera da se­gunda greve de quatro horas. A res­posta foi re­to­mada na moção que an­te­ontem sin­te­tizou as con­clu­sões do ple­nário, pro­posta igual­mente pelo STRUP (da Fec­trans) e pelos sin­di­catos STTM, Sindem e Sitra.

De­pois de re­fe­rirem o con­texto em que travam esta luta, os tra­ba­lha­dores do Metro re­cordam que o AE foi li­vre­mente acor­dado (em 2009 e re­visto em 2010), entre sin­di­catos e ad­mi­nis­tração, para valer até ao final de 2015.

Desde De­zembro de 2010, por força dos OE de 2011, 2012 e 2013, os tra­ba­lha­dores estão a ser rou­bados (con­ge­la­mento de car­reiras e anui­dades, «com­par­ti­ci­pação so­li­dária» no OE de 2011, roubo dos sub­sí­dios de fé­rias e de Natal, em 2012, mais a brutal carga fiscal em 2013, mas também a re­ti­rada do di­reito a trans­porte dos tra­ba­lha­dores no ac­tivo e re­for­mados).

Apesar destes cortes, a dí­vida do Me­tro­po­li­tano con­ti­nuou a au­mentar, des­ta­cando os tra­ba­lha­dores que juros e «en­ge­nha­rias fi­nan­ceiras» (con­tratos swap) cus­taram à em­presa, em 2012, 400 mi­lhões de euros, o que re­pre­senta mais do que oito anos de sa­lá­rios de todo o pes­soal do Metro.

Na moção, exige-se do Go­verno «o mesmo res­peito pela con­tra­tação co­lec­tiva que tem mos­trado pelos con­tratos as­si­nados com os es­pe­cu­la­dores que estão a san­grar o nosso povo».

Os tra­ba­lha­dores de­claram-se dis­postos a «par­ti­cipar ac­ti­va­mente em todas as formas de luta, pela ur­gente in­ter­rupção desta po­lí­tica, a de­missão deste Go­verno e a de­vo­lução ao povo do poder de de­cisão sobre as op­ções po­lí­ticas». As or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas fi­caram man­da­tadas para, com as das de­mais em­presas do sector, «pro­mo­verem a mais ampla uni­dade pos­sível, para uma res­posta co­lec­tiva à ofen­siva em curso».

Ficou de­ci­dido «di­na­mizar uma quin­zena de es­cla­re­ci­mento e mo­bi­li­zação dos utentes, tra­zendo-os mais ac­ti­va­mente para uma luta que também é sua».

 

En­contro dia 6

As or­ga­ni­za­ções de tra­ba­lha­dores do sector de trans­portes de­ci­diram re­a­lizar um «En­contro de re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores dos trans­portes e re­for­mados», em Lisboa, no dia 6 de Fe­ve­reiro.
As co­mis­sões de tra­ba­lha­dores da CP, da EMEF, da Refer, da TAP e da Vi­meca; a Fec­trans e o SNTSF e STRUP, da CGTP-IN; e os sin­di­catos Fentcop, SFRCI, Si­nafe, Sindem, Sinfa, Sinfb, Siofa, Sitra e STTM, reu­nidos no dia 23, de­fen­deram «uma res­posta con­junta» à ac­tual ofen­siva.
En­ten­deram ser «ne­ces­sário lançar o de­bate com todas as es­tru­turas re­pre­sen­ta­tivas e tra­ba­lha­dores do sector, no sen­tido da re­a­li­zação de uma jor­nada de luta comum e con­ver­gente, sem pre­juízos das lutas em de­sen­vol­vi­mento ou das di­nâ­micas em cada em­presa».




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