Baixos salários degradam bem-estar
O primeiro estudo comparativo do bem-estar da população dos 36 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) constatou que Portugal se situa abaixo da média, e responsabiliza a «crise financeira global» pelo enfraquecimento dos «progressos significativos» registados nos últimos anos.
A OCDE classifica, por isso, de «moderado» o desempenho de Portugal na promoção do bem-estar da sua população, e indica os baixos salários auferidos pelos trabalhadores como o principal factor para que o índice composto no nosso País se encontre abaixo da média do homólogo nos territórios considerados.
«Embora o dinheiro não compre a felicidade, é um meio importante para melhorar o nível de vida», conclui a OCDE, constatando que os trabalhadores portugueses ganham cerca de quatro mil euros/ano abaixo da média, e que os 20 por cento mais ricos ganham em média seis vezes mais do que os 20 por cento mais pobres.
Já quanto ao número de horas de trabalho por ano, Portugal está em linha com os restantes países, mas o mesmo não se verifica quanto às qualificações, uma vez que no nosso País apenas 30 por cento dos trabalhadores com idades entre os 25 e os 64 anos concluíram o ensino Secundário, contra 74 por cento dos trabalhadores da mesma faixa etária nos países da OCDE.
Alinhado ou acima da média da OCDE, Portugal só se apresenta quando analisadas a qualidade da água, a esperança média de vida e o nível de poluição atmosférica.