Marcha de Abril avança

Das lutas laborais em sectores, empresas e regiões e da intervenção de âmbito nacional – com destaque para a manifestação da juventude trabalhadora, ontem, em Lisboa, que iria iniciar-se já com esta edição fechada, e que trataremos na próxima semana – emerge uma onda de mobilização para a «marcha contra o empobrecimento», que a CGTP-IN vai promover a partir de dia 6 de Abril, sábado.

Valorizando a grande manifestação nacional de 15 de Março, dos diferentes sectores da Administração Pública, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais apelou, no dia 21, a «uma redobrada mobilização» para as próximas acções, com o objectivo principal de «pôr um ponto final da acção deste Governo, contra o emprego público, os direitos dos trabalhadores e as funções sociais do Estado». Na nota divulgada pela FNSTFPS, da CGTP-IN, salienta-se que «estão em causa mais de 200 mil postos de trabalho e o funcionamento de milhares de serviços essenciais».

No mesmo dia, realizaram-se plenários distritais de sindicatos em Aveiro (onde a marcha passará no dia 10) e em Évora (que depois se deslocaram, em manifestação, até aos serviços regionais da ACT, num protesto a que se juntaram trabalhadores da RTS e da Câmara Municipal de Évora).

No Funchal, dia 10, a marcha parte do Lido, passa pela presidência do Governo Regional e termina na residência oficial do representante da República, divulgou a União dos Sindicatos da Região, após um plenário, no dia 20.

As estruturas distritais da CGTP-IN divulgaram já outros pontos do percurso nacional da marcha: dia 6, no Algarve, haverá iniciativas em Vila Real de Santo António, Portimão, Olhão, Loulé e Faro; no dia 7, de manhã, parte de Fânzeres (Gondomar) para Soutelo (Rio Tinto), e à tarde liga a estação de São Bento, no Porto, ao Cais de Gaia.

Prosseguem as greves e concentrações de enfermeiros em contrato individual de trabalho, contra a discriminação salarial, com greves e concentrações em diversas instituições.

Após a reunião, dia 20, com o Governo, a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos reafirmou a rejeição da política de «rescisões», alertando que esta não ficará pelos assistentes técnicos e operacionais.

A mobilização para a luta, pela resolução dos problemas concretos e pela alteração da política e a demissão do Governo, foi enfatizada por Arménio Carlos, no dia 25, em Castanheira do Ribatejo. O Secretário-geral da CGTP-IN interveio na concentração que os trabalhadores da Conforlimpa mantiveram, durante o dia de greve nacional, frente à sede da empresa.




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