Belgas manifestam-se pelo emprego

Páscoa em luta

Milhares de trabalhadores belgas de vários sectores da região industrial de Liège, manifestaram-se, no sábado de Páscoa, em defesa dos postos de trabalho e contra a austeridade.

Sem o nosso trabalho o capital não vale um chavo

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Duramente flagelada pela crise, só na região de Liège 10 mil postos de trabalho estão em perigo nas unidades siderúrgicas da ArcelorMittal. O mesmo cenário de destruição económica estende-se a outras regiões vizinhas. A Ford ameaça abandonar a região de Limbourg e a Caterpillar quer reduzir a sua presença em Charleroi, na província de Hainaut.

Outras grandes empresas, como a francesa Saint-Gobain ou a belga Duferco La Louvière, podem vir a encerrar em breve, lançando no desemprego milhares de trabalhadores. E mesmo grandes bancos, como o BNP Paribas Fortis, intervencionado pelo Estado belga em 2008, têm planos de reestruturação que prevêem fortes reduções de pessoal.

Perante o desmantelamento acelerado do aparelho industrial, as duas principais centrais sindicais belgas, FGTB (socialista) e CSC (cristã) convocaram uma manifestação que percorreu o centro de Liège terminando no parque da cidade, onde os representantes sindicais usaram da palavra para contestar as políticas do governo.

«Exigimos uma política fiscal mais justa. Uma taxa de um por cento sobre as fortunas superiores a um milhão de euros permitiria arrecadar seis mil milhões de euros, que poderiam financiar 150 mil empregos», disse Pierre Lepinne, em nome da CSC.

A este apelo, o porta-voz da FGTB, Marc Goblet, acrescentou: «Precisamos de uma sociedade colectiva e solidária para sair da crise».

Depois desta jornada, que se realizou na sequência das manifestações de 21 de Fevereiro e de 14 de Março, os sindicatos anunciam um grande protesto para 25 de Abril.

A determinação de derrotar as políticas de classe do governo (que acaba de decretar o congelamento de salários e mais cortes nos serviços públicos), sobressaiu no teor das palavras de ordem dos operários: «Não toquem na minha indústria», «Paremos a máquina da exclusão» ou «Sem o nosso trabalho, o capital não vale um chavo».



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