A força do (mau) exemplo
A Câmara de Beja intimou, faz agora um ano, cerca de uma centena e meia de moradores da Freguesia de Mombeja a proceder a reparações nas suas casas, mas não cuida dos edifícios sob a sua responsabilidade.
O município não pode exigir o que não cumpre
«Na maioria dos casos, ninguém mais do que os respectivos proprietários lamentava a impossibilidade de proceder a essas pequenas reparações, atitude que traduz a forma de estar dos alentejanos», refere, em nota de imprensa, a CDU, dando conta, segundo informação prestada posteriormente e que consta em acta de reunião de Câmara, de que «cerca de 50 tinham cumprido a intimação».
No entanto, a generalidade dos edifícios municipais espalhados pela cidade de Beja encontra-se num estado «lastimável», como por exemplo a Biblioteca Municipal José Saramago, a Casa da Cultura, o Balneário Público, a Igreja de Santo Amaro, o edifício do Museu Rainha Dona Leonor, os muros do Jardim Público e do Largo dos Duques, que «envergonham qualquer munícipe e deveriam envergonhar ainda mais quem tem a obrigação de zelar pelos mesmos, neste caso a Câmara Municipal».
«Não pode o município exigir e mesmo obrigar reformados e outros munícipes com pensões ou salários baixos a proceder a reparação e manutenção das suas habitações quando dá este tão mau exemplo», referem os eleitos do PCP, que realizaram há dias uma visita pela cidade de Beja e prometem levar o assunto a reunião de Câmara para «que sejam tomadas medidas que alterem esta situação».