Recusado fecho de comércio aos feriados

Outros interesses se agigantam

O PS es­teve ao lado do PSD e do CDS-PP no voto contra o pro­jecto de lei do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» que pre­tendia con­sa­grar em lei o en­cer­ra­mento de es­ta­be­le­ci­mentos co­mer­ciais e de pres­tação de ser­viços nos fe­ri­ados de 1 de Ja­neiro, 25 de Abril, 1.º de Maio e 25 de De­zembro. Fa­vo­rá­veis ao di­ploma, vo­tando em con­for­mi­dade, es­ti­veram, além do seu autor, o PCP e o BE.

O de­pu­tado co­mu­nista Jorge Ma­chado, que saudou a ini­ci­a­tiva do PEV, lem­brou que estes não são fe­ri­ados quais­quer, es­tando todos eles as­so­ci­ados a datas com uma «im­por­tância vital na nossa me­mória co­lec­tiva».

Esta po­sição do PCP não é de resto nova e a sua abran­gência vai mesmo mais longe uma vez que de­fende – e houve já ini­ci­a­tivas le­gis­la­tivas suas nesse sen­tido – a não aber­tura das grandes su­per­fí­cies aos do­mingos e fe­ri­ados na­ci­o­nais.

Uma po­sição cujo fun­da­mento re­side não apenas em ra­zões eco­nó­micas – con­cor­rência des­leal para com o pe­queno co­mércio –, mas também por mo­tivos so­ciais, ou seja o di­reito do tra­ba­lhador ao des­canso, ao lazer, a poder estar com a fa­mília.

Di­reitos que o CDS muito in­voca no dis­curso mas que de­pois não têm qual­quer tra­dução na sua acção prá­tica, como ob­servou o par­la­mentar do PCP. A en­fermar da mesma hi­po­crisia es­teve o PSD que – sem dizer que a sua opção é afinal coin­ci­dente com os in­te­resses e os lu­cros co­los­sais dos grandes grupos da dis­tri­buição –, ar­gu­mentou, pela voz da sua de­pu­tada Cláudia Aguiar, que a aber­tura aos do­mingos e fe­ri­ados não só «não põe em causa os di­reitos dos tra­ba­lha­dores» – estão re­gu­la­men­tados pelo Có­digo do Tra­balho, disse –, como «pre­tende dar res­posta às ne­ces­si­dades dos con­su­mi­dores».

Do que nem PSD nem CDS-PP nem PS fa­laram foi da pro­funda des­re­gu­lação ocor­rida no mer­cado de tra­balho, por res­pon­sa­bi­li­dade de todos eles, com as adap­ta­bi­li­dades, bancos de horas e ou­tras me­didas gra­vosas, tudo, como de­nun­ciou Jorge Ma­chado, «a des­re­gu­la­mentar a vida dos tra­ba­lha­dores».



Mais artigos de: Assembleia da República

Amamentar a insaciável banca

Mi­lhares de mi­lhões de euros estão a ser trans­fe­ridos do erário pú­blico para o grande ca­pital fi­nan­ceiro – com o Go­verno a as­sistir im­pá­vido e se­reno.

Condição para sair do pântano

A de­missão do Go­verno e a con­vo­cação de elei­ções con­tinua a ser «uma questão ur­gente e fun­da­mental, sem a qual não se re­solve pro­blema ne­nhum», con­si­dera o PCP, que re­jeita qual­quer ce­nário que dê con­ti­nui­dade a esta po­lí­tica.

Construir futuro

O Secretário-geral do PCP acusa o Governo de ultimar um «novo assalto» aos rendimentos e direitos dos trabalhadores e do povo, bem como às funções sociais (saúde, educação e protecção social), com vista a aprofundar o «processo de...

Um combate sem tréguas

Exis­tirão nas nossas es­colas mais de 13 mil cri­anças com fome e ca­rên­cias ali­men­tares, sendo que o nú­mero das que são abran­gidas pela acção so­cial es­colar ronda hoje as 350 mil, o que sig­ni­fica que in­te­gram fa­mí­lias com ren­di­mentos men­sais de re­fe­rência in­fe­ri­ores a 419 euros.

O capital que pague a factura

É falso que para sanear as contas públicas seja obrigatório empobrecer, agravar a exploração de quem trabalha, fazer recair sobre os mesmos de sempre o esforço de consolidação orçamental, como faz o Governo. A alternativa, como o PCP tem insistentemente...