NÃO HÁ FESTA COMO ESTA

E qual é o se­gredo que ex­plica essa sin­gu­la­ri­dade da Festa do Avante!?

São muitas as ta­refas que, no mo­mento ac­tual, se co­locam ao co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista, entre elas: a ba­talha das au­tár­quicas; a luta contra a po­lí­tica das troikas e por uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda; as co­me­mo­ra­ções do Cen­te­nário do ca­ma­rada Álvaro Cu­nhal; a cons­trução da Festa do Avante!... Para além, na­tu­ral­mente, da­quela que é ta­refa de todos os dias e de todos os mo­mentos: o re­forço or­gâ­nico, in­ter­ven­tivo e ide­o­ló­gico do Par­tido – que, no quadro ac­tual, passa pela con­cre­ti­zação das me­didas de­fi­nidas pelo XIX Con­gresso.

Trata-se, em todos os casos, de ta­refas de ex­trema im­por­tância e com­por­tando grandes exi­gên­cias de es­forço e de mi­li­tância. De tal modo que de todas elas po­de­remos dizer que são ta­refas pri­o­ri­tá­rias…, na me­dida em que con­vergem no ob­jec­tivo geral de pôr termo à si­tu­ação dra­má­tica que pesa sobre os tra­ba­lha­dores, o povo e o País, por efeito de trinta e sete anos de po­lí­tica de di­reita pra­ti­cada por PS, PSD e CDS.

Assim, pre­parar a in­ter­venção da CDU nas pró­ximas elei­ções au­tár­quicas, sig­ni­fica – como a mag­ní­fica jor­nada na­ci­onal de es­cla­re­ci­mento e de afir­mação evi­den­ciou, no pas­sado fim-de-se­mana – não apenas de­mons­trar a su­pe­ri­o­ri­dade do tra­balho, da ho­nes­ti­dade e da com­pe­tência dos eleitos da CDU, mas com­ple­men­tar­mente tornar claro que a de­fesa do poder local de­mo­crá­tico exige a der­rota dos go­vernos e da po­lí­tica das troikas. Pelo que, lutar por um re­forço elei­toral da CDU nas pró­ximas au­tár­quicas, é lutar pela ne­ces­sária al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.

Para al­cançar esse mesmo ob­jec­tivo con­tribui, e de que ma­neira, a re­a­li­zação da Festa do Avante!, cujo pro­cesso de cons­trução teve início pre­ci­sa­mente dois dias de­pois da po­de­rosa greve geral que, pro­vo­cando um abalo ir­re­pa­rável no go­verno PSD/​CDS, con­firmou o papel de­ci­sivo das massas tra­ba­lha­doras na con­quista de um novo rumo para Por­tugal.

 

Que não há festa como esta, sabem e dizem todos os que por lá pas­saram – e que, por isso mesmo, lá vol­tarão a en­con­trar-se nos pró­ximos dias 6, 7 e 8 de Se­tembro.
E qual é o se­gredo que ex­plica essa sin­gu­la­ri­dade da Festa do Avante!?
Quais as ra­zões que levam mi­lhares e mi­lhares de pes­soas – mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes co­mu­nistas, ci­da­dãos apar­ti­dá­rios, mem­bros de ou­tras forças po­lí­ticas – a re­servar nas suas agendas, todos os anos, o pri­meiro fim-de-se­mana de Se­tembro?

O que faz com que todas essas pes­soas ali se sintam entre amigos e con­si­derem a Festa como coisa sua?

Al­gumas das res­postas para estas per­guntas en­con­tramo-las, cer­ta­mente, na di­ver­si­dade e na qua­li­dade da oferta pro­por­ci­o­nada a todos os vi­si­tantes – desde a mú­sica clás­sica até aos es­pec­tá­culos mu­si­cais para todos os (bons) gostos, que pre­en­chem as pro­gra­ma­ções do Palco 25 de Abril, do Au­di­tório, do Palco da Ju­ven­tude, do Café Con­certo e dos vá­rios palcos das or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais; desde a Bi­enal de Artes Plás­ticas até ao Avan­te­atro e ao Ci­ne­A­vante; desde a gas­tro­nomia va­riada até esse outro ali­mento pro­por­ci­o­nado pela festa do Livro: desde as ex­po­si­ções sobre os temas mais re­le­vantes da si­tu­ação po­lí­tica na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal até aos de­bates em torno desses mesmos temas e às in­ter­ven­ções do Se­cre­tário-geral do PCP nos co­mí­cios de aber­tura e en­cer­ra­mento da Festa – e re­giste-se o facto de o Pa­vi­lhão Cen­tral ser, este ano, palco de uma ex­po­sição tendo como tema o exemplo de vida, pen­sa­mento e luta de Álvaro Cu­nhal.

Estas se­riam ra­zões mais do que su­fi­ci­entes para ex­plicar a sin­gu­la­ri­dade da Festa do Avante!.

Mas há mais: um dos traços dis­tin­tivos e mar­cantes da Festa, é o am­bi­ente que ali se vive – um am­bi­ente que, como al­guém disse, faz da Festa do Avante! «o es­paço com maior ín­dice de fra­ter­ni­dade por metro qua­drado exis­tente em Por­tugal».

É claro que esse am­bi­ente não é obra do acaso. Ele de­corre das ca­rac­te­rís­ticas es­pe­cí­ficas de que se re­veste todo o pro­cesso de cons­trução da Festa e das ca­rac­te­rís­ticas, também elas es­pe­cí­ficas, dos seus cons­tru­tores – ho­mens, mu­lheres e jo­vens por­ta­dores de um ideal ímpar, e que, com o seu tra­balho vo­lun­tário, e num clima de fra­ter­ni­dade, so­li­da­ri­e­dade e ami­zade, se­meiam no fértil es­paço da Ata­laia se­mentes de um fu­turo li­berto de todas as formas de ex­plo­ração e de opressão.

Vol­tando à velha e es­ta­fada cas­sete de que «os par­tidos são todos iguais», a Festa do Avante! cons­titui mais uma clara de­mons­tração da pro­funda di­fe­rença que existe entre o PCP e os ou­tros par­tidos: é uma evi­dência que, no quadro par­ti­dário na­ci­onal, ne­nhum outro par­tido é capaz de con­cre­tizar um em­pre­en­di­mento com a di­mensão e o con­teúdo da Festa do Avante!. E é por isso que não há festa como esta.

 

Entre­tanto, os três par­tidos da po­lí­tica de di­reita e do pacto das troikas re­pre­sentam a farsa da «sal­vação na­ci­onal» en­ce­nada pelo Pre­si­dente da Re­pú­blica e aplau­dida pelo grande ca­pital – uma farsa cujo ver­da­deiro ob­jec­tivo é a sal­vação da po­lí­tica das troikas e dos seus exe­cu­tantes.

En­tre­tanto, o PEV anun­ciou a apre­sen­tação de uma moção de cen­sura ao Go­verno, à sua po­lí­tica e à mai­oria que o sus­tenta – uma opor­tuna moção que vem dar ex­pressão à ge­ne­ra­li­zada con­tes­tação po­pular ao Go­verno; uma moção que, ob­vi­a­mente, o PCP vo­tará fa­vo­ra­vel­mente.

En­tre­tanto, o PCP apre­sentou as grandes li­nhas para uma po­lí­tica ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores, do povo e de Por­tugal e propôs en­con­tros a todas as forças so­ciais e po­lí­ticas que, tendo como re­fe­rência a Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, ins­crevem como ob­jec­tivos a de­missão do Go­verno, a re­a­li­zação de elei­ções e a re­jeição do pacto de agressão.

Tudo isto a dizer-nos que a luta con­tinua.