Governo reúne com oposição

Crispação reduzida no Egipto

O es­forço para di­mi­nuir ten­sões no Egipto es­teve na origem de um en­contro que de­correu do­mingo, 5 no Cairo, entre uma de­le­gação de par­tidos is­lâ­micos li­de­rada pelo pre­gador sa­la­fista Mohamed Hassan e o mi­nistro da De­fesa egípcio, o ge­neral Abdel Fattah El-Sisi.

Seis di­ri­gentes da Ir­man­dade Mu­çul­mana vão ser jul­gados a 25 de Agosto

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Deste de­mo­rado en­contro, de 5 horas, e de acordo com de­cla­ra­ções do porta-voz mi­litar Ahmed Ali, ci­tado pela Prensa La­tina, o ge­neral El-Sisi terá de­fen­dido, como pres­su­posto para o diá­logo, que todas as partes en­vol­vidas re­cu­sassem a vi­o­lência, se opu­sessem à des­truição de ins­ta­la­ções pú­blicas ou à afec­tação de in­te­resses da po­pu­lação, bem como de­viam aceitar o mapa de rota es­ta­be­le­cido pelas Forças Ar­madas para o re­gresso à nor­ma­li­dade de­mo­crá­tica.

Do en­contro terá saído ainda o com­pro­misso de não in­ter­venção das forças de se­gu­rança nas con­cen­tra­ções de apoi­antes da Ir­man­dade Mu­çul­mana em Nasser e na praça de Nahda, na pro­víncia de Giza. Se­gundo a mesma fonte, o mi­nistro da De­fesa ter-se-á com­pro­me­tido a pre­parar as con­di­ções para a con­ci­li­ação na­ci­onal e com o re­gresso à nor­ma­li­dade de­mo­crá­tica. Re­corde-se que o mo­vi­mento sa­la­fista é um mo­vi­mento re­li­gioso que se con­centra no par­tido Al-Nour que apoiou a Ir­man­dade Mu­çul­mana na se­gunda volta das elei­ções pre­si­den­ciais, mas do qual di­vergiu no início de 2013, antes do golpe que der­rubou Morsi.

En­tre­tanto, seis di­ri­gentes da Ir­man­dade Mu­çul­mana vão ser jul­gados a 25 de Agosto sob a acu­sação de en­vol­vi­mento na morte de oito ma­ni­fes­tantes a 30 de Junho de 2012, junto à sede deste mo­vi­mento, anun­ciou a agência no­ti­ciosa es­tatal egípcia, Mena. Entre os seis di­ri­gentes ale­ga­da­mente im­pli­cados constam o guia su­premo Mo­ahmed Badie, cujo pa­ra­deiro é des­co­nhe­cido, e os dois ad­juntos Khairat al-Chater e Ra­chad Bayoumi, que se en­con­tram de­tidos na prisão de Tora, no Cairo. Os oito ma­ni­fes­tantes mor­reram du­rante os con­frontos entre apoi­antes e opo­si­tores de Morsi. Na al­tura, mi­lhares de pes­soas exi­giam, em ma­ni­fes­ta­ções re­a­li­zadas em vá­rias ci­dades egíp­cias, a re­núncia do então pre­si­dente Morsi. En­tre­tanto, foram de­tidos, no pas­sado do­mingo, 4, dois con­se­lheiros de Morsi, o ex-se­cre­tário da Pre­si­dência egípcia, Mohamed Refaa al Tah­tawi e o as­sessor Asad al Sheija. Ambos vão ser ou­vidos sobre os con­frontos re­gis­tados a 5 de De­zembro de 2012 entre apoi­antes e opo­si­tores de Morsi nas ime­di­a­ções do pa­lácio pre­si­den­cial de Itiha­diya. Nesses con­frontos seis pes­soas per­deram a vida. De acordo com a agência es­pa­nhola EFE, que cita fontes ju­di­ciais, os dois res­pon­sá­veis foram de­tidos pelo exér­cito e estão junto de Morsi, num lugar des­co­nhe­cido.

Ainda se­gundo a agência no­ti­ciosa egípcia, Mena, as forças de se­gu­rança de­sa­ti­varam, se­gunda-feira, 5, três en­ge­nhos ex­plo­sivos ca­seiros en­con­trados junto ao Hos­pital Nasser, no bairro Shubra al Jaima, na pro­víncia de Qua­liubya, a norte do Cairo, e terão frus­trado um aten­tado contra um banco na ci­dade de Port Said (Norte), tendo, neste caso, de­tido quatro sus­peitos que trans­por­tavam armas e di­nheiro, pre­cisa a mesma fonte.




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