PCP promove encontros

Unidade e convergência

O PCP re­a­lizou, nos úl­timos dias, um vasto con­junto de reu­niões e en­con­tros com di­versas or­ga­ni­za­ções so­ciais para ava­liar a si­tu­ação do País e tri­lhar ca­mi­nhos al­ter­na­tivos.

Em todos os sec­tores é grande o de­sejo de mu­dança de po­lí­ticas

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O PCP des­do­brou-se nos úl­timos dias num con­junto de en­con­tros e reu­niões com or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas de im­por­tantes e sig­ni­fi­ca­tivos sec­tores da so­ci­e­dade. Estes en­con­tros surgem na sequência da pro­posta feita pela Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral, no dia 15 de Julho.

No dia 25, em Coimbra, de­le­ga­ções do PCP e da Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura (CNA) es­ti­veram reu­nidas em Coimbra, tendo con­ver­gido na iden­ti­fi­cação das causas pro­fundas do afun­da­mento do País, da re­gressão so­cial e da pre­sente crise po­lí­tica e ins­ti­tu­ci­onal: a po­lí­tica de di­reita pros­se­guida há muitos anos e a con­cre­ti­zação, em curso, do pacto de agressão das troikas. Ambas as de­le­ga­ções con­cor­daram ainda na ava­li­ação do papel de­ci­sivo da luta de massas no iso­la­mento, de­sa­gre­gação e der­rota do Go­verno.

Nesta reu­nião foi pos­sível iden­ti­ficar um vasto con­junto de ra­zões, do ponto de vista dos pe­quenos agri­cul­tores e da agri­cul­tura fa­mi­liar, que sus­citam uma pro­funda pre­o­cu­pação com a po­lí­tica pros­se­guida, ao ser­viço do ca­pital fi­nan­ceiro e dos grandes in­te­resses da agro-in­dús­tria. O PCP coin­cide nestas pre­o­cu­pa­ções, que com­provam a jus­teza e opor­tu­ni­dade das pro­postas do Par­tido re­la­ti­va­mente à so­be­rania ali­mentar do País e ao au­mento da pro­dução na­ci­onal. Foi re­fe­rido um im­por­tante leque de pro­blemas, rei­vin­di­ca­ções e pro­postas para de­fender e qua­li­ficar a agri­cul­tura fa­mi­liar, que o PCP irá apro­fundar e a que dará a de­vida atenção na sua in­ter­venção ins­ti­tu­ci­onal e po­lí­tica.

No en­contro, a CNA in­sistiu que o Go­verno e o pacto de agressão não servem nem os agri­cul­tores nem o País e de­fendeu uma nova po­lí­tica e um novo go­verno, iden­ti­fi­cado com os pro­blemas das po­pu­la­ções la­bo­ri­osas e com o pri­mado dos in­te­resses na­ci­o­nais.

No dia 30 de Julho, foi a vez do MURPI reunir com o PCP. No final da reu­nião, em de­cla­ra­ções aos jor­na­listas, Rui Fer­nandes, da Co­missão Po­lí­tica, re­alçou os pontos de con­ver­gência exis­tentes entre as duas or­ga­ni­za­ções, es­pe­ci­al­mente no que res­peita à ne­ces­si­dade de um maior en­vol­vi­mento dos re­for­mados e pen­si­o­nistas na po­de­rosa luta que massas que se trava no País contra a po­lí­tica de di­reita e por uma po­lí­tica de con­teúdo pa­trió­tico e de es­querda.

 

Mudar de rumo

 

En­tre­tanto, no dia 23, o Par­tido es­teve reu­nido a As­so­ci­ação de Bol­seiros de In­ves­ti­gação Ci­en­tí­fica (ABIC). Da parte do PCP, Paulo Rai­mundo, da Co­missão Po­lí­tica, sa­li­entou no final da reu­nião que a po­lí­tica do pacto de agressão é con­trária ao de­sen­vol­vi­mento do País e da in­ves­ti­gação ci­en­tí­fica e dos in­te­resses dos in­ves­ti­ga­dores. Assim, acres­centou o di­ri­gente co­mu­nista, é pre­ciso um novo rumo, que dig­ni­fique a ci­ência e quem a faz e que co­loque o saber dos in­ves­ti­ga­dores ao ser­viço do País. Tiago Silva, fa­lando em nome da ABIC, de­nun­ciou a falta de pro­tecção so­cial dos bol­seiros (quando a bolsa ter­mina não há di­reito a sub­sídio de de­sem­prego), que vivem si­tu­a­ções de fla­grante e total pre­ca­ri­dade. Aliás, acres­centou, o grosso da in­ves­ti­gação ci­en­tí­fica em Por­tugal as­senta no tra­balho pre­cário dos in­ves­ti­ga­dores, na sua mai­oria bol­seiros.

No en­contro com a Con­fe­de­ração Por­tu­guesa das Micro, Pe­quenas e Mé­dias Em­presas (CPPME), re­a­li­zado no Seixal no dia 1 de Agosto, es­ti­veram em des­taque os temas da carga fiscal sobre as em­presas de menor di­mensão e os efeitos ne­ga­tivos da brutal quebra do poder de compra dos tra­ba­lha­dores e do povo. Agos­tinho Lopes, que jun­ta­mente com Jorge Cor­deiro com­punha a de­le­gação do PCP, afirmou que a anun­ciada re­forma do IRC será mais um prémio para os grandes grupos eco­nó­micos, ao mesmo tempo que re­pre­sen­tará um au­mento da carga fiscal para as MPME. Tal como o PCP, a con­fe­de­ração de­fende uma pro­funda re­forma fiscal, a baixa do preço dos fac­tores de pro­dução, no­me­a­da­mente energia e co­mu­ni­ca­ções, a cri­ação de li­nhas de cré­dito para as MPME e de apoio so­cial para em­pre­sá­rios no de­sem­prego.

O PCP es­teve ainda reu­nido com o Con­selho Co­or­de­nador dos Ins­ti­tutos Su­pe­ri­ores Po­li­téc­nicos. Nesse en­contro foi clara a con­ver­gência em torno da re­jeição da pro­posta de Re­gime Ju­rí­dico das Ins­ti­tui­ções de En­sino Su­pe­rior, con­si­de­rada como mais um passo na des­va­lo­ri­zação do seu ca­rácter pú­blico e uni­versal.

 



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