A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, acusou, no dia 20, o vereador João Ribeiro, do PS, de desrespeitar os setubalenses ao suspender o mandato para que foi eleito um mês e meio depois das eleições autárquicas, pelo período de um ano «por razões estritamente profissionais». Em conferência de imprensa, a eleita do PCP, citada pela Lusa, salientou que aquela atitude «configura um total desrespeito pelos setubalenses e azeitonenses, atitude que, aliás, não é nova e apenas revela que para o PS os interesses partidários dos seus protagonistas momentâneos estão acima dos interesses da cidade e do concelho».

«Objectivamente, os setubalenses foram politicamente enganados, assim como foram enganados com a candidata Teresa Almeida (PS) que renunciou pouco tempo depois das eleições (autárquicas de 2009) ao mandato para a qual foi eleita, ou quando Jorge Coelho e António Vitorino nem se dignaram aquecer os seus assentos na Assembleia Municipal depois de terem encabeçado as listas para aquele órgão autárquico», acrescentou Maria das Dores Meira.

Segundo o jornal Diário de Notícias, João Ribeiro irá trabalhar para as Nações Unidas na Coreia do Sul.

A autarca desafiou ainda o PS a informar os setubalenses se pretendia «eleger para a Câmara Municipal, não o candidato João Ribeiro – provavelmente já comprometido com as novas funções profissionais há muitos meses –, mas sim o segundo da lista, num possível contexto de luta interna pelo poder nas estruturas internas concelhias do PS».

«É necessário que os setubalenses tomem bem consciência do tipo de candidatos que temos no PS. Não é só no PS, porque o candidato Fernando Negrão (PSD) fez a mesma coisa», acrescentou.