Bogotá resiste
Cem mil pessoas marcharam, sexta-feira, 10, em Bogotá, em defesa do presidente da Câmara, Gustavo Petro, destituído e privado de direitos políticos por 15 anos num processo que o autarca qualifica de golpe de Estado contra o mandato popular que lhe foi atribuído em 2011. «Querem um governo [local] que (...) assine contratos com as máfias», disse à multidão a partir da varanda do município.
Petro foi acusado e condenado por gestão danosa durante «a crise do lixo», ocorrida em 2012. O autarca tentou implementar um sistema público de recolha de resíduos, mas enfrentou o boicote das empresas que controlam o sector na capital.
Através de contratos espúrios concessionou-se a exploração do petróleo, do carvão, do ouro, do níquel, dos recursos naturais não-renováveis, das comunicações, da água potável, do saneamento, da electricidade, isto é, de toda a riqueza da Colômbia, referiu para sustentar que, a vingar a tese do procurador Alejandro Ordoñez, o qual reconheceu direitos sobre o património público aos privados, «seria o maior roubo da história da Colômbia».
A procuradoria-geral ratificou, anteontem, a sentença de Ordañez, facto que deve impulsionar ainda mais a mobilização do povo de Bogotá que, por estes dias, está nas ruas em defesa de Petro, da democracia e da paz.
Uma resistência à qual se previa que se juntassem milhares em defesa da Marcha Patriótica e dos seus dirigentes e activistas, assassinados e perseguidos pelo regime. O caso mais recente foi o do professor Francisco Toloza, acusado de rebelião e detido um dia depois do assassinato de outro membro da Marcha e da Mesa Nacional Agrária, Giovanny Leiton.
Em 2013, informa o movimento, foram 25 os membros da plataforma assassinados. Um dos seus dirigentes, Húber Ballesteros, foi preso.