Manobras políticas pré-eleitorais

Adams libertado

De­tido, dia 30, para prestar de­cla­ra­ções sobre a exe­cução de uma ca­tó­lica pelo IRA, em 1972, o líder do Sinn Féin foi li­ber­tado no do­mingo, 4, sem acu­sa­ções.

De­tenção de Adams visou fra­gi­lizar Sinn Féin

A dis­po­ni­bi­li­dade para prestar de­cla­ra­ções no âm­bito da in­ves­ti­gação da morte e de­sa­pa­re­ci­mento de Jean MC­con­ville foi ma­ni­fes­tada ainda em Março por Gerry Adams, pre­si­dente do Sinn Féin.

To­davia, só na se­mana pas­sada, já em pleno pe­ríodo pré-elei­toral, a po­lícia da Ir­landa do Norte (PSNI) con­vocou o di­ri­gente re­pu­bli­cano, cri­ando um clima de sus­peição em torno da sua fi­gura e do seu par­tido.

A di­recção do Sinn Féin re­agiu com ve­e­mência, con­si­de­rando in­to­le­rável que a de­tenção se tenha pro­du­zido a três se­manas das elei­ções lo­cais e para o Par­la­mento Eu­ropeu.

Na Re­pú­blica da Ir­landa, a úl­tima son­dagem atri­buiu ao Sinn Féin 20 por cento das in­ten­ções de voto, tor­nando-se na ter­ceira força po­lí­tica do país com a pos­si­bi­li­dade de eleger três can­di­datos ao Par­la­mento Eu­ropeu.

Antes da de­tenção, Gerry Adams re­pu­diou as «ale­ga­ções ma­li­ci­osas» contra a sua pessoa, dei­xando claro que «nunca me dis­so­ciei do IRA, e nunca o farei, mas sou ino­cente no se­questro, morte e en­ter­ra­mento da se­nhora Mc­Con­ville», acu­sada na al­tura pelos re­pu­bli­canos de es­piar para os bri­tâ­nicos.

Adams fez ainda questão de re­cordar vá­rios casos em que a po­lícia tem provas su­fi­ci­entes para in­ves­tigar, mas não o faz, ci­tando a morte de 14 pes­soas em Derry em 1972, às mãos de pára-que­distas bri­tâ­nicos, ou a morte de ou­tras 11 pes­soas em Bally­murphy em 1971. Re­feriu ainda ou­tros casos em que o go­verno bri­tâ­nico «in­ter­fere po­li­ti­ca­mente» para pa­ra­lisar as in­ves­ti­ga­ções.

Por estas ra­zões, Martin Mc­Guin­ness, di­ri­gente do Sinn Féin e vice-pri­meiro mi­nistro da Ir­landa do Norte, não he­sitou em acusar o PSNI de ac­tuar por mo­tivos po­lí­ticos. «Se a po­lícia tem provas de um crime e não actua, é porque está a fazer po­lí­tica», disse Mc­Guin­ness.

Após ser li­ber­tado, Gerry Adams re­velou que du­rante os cinco dias em que es­teve de­tido perto de Bel­fast foi su­jeito a 33 in­ter­ro­ga­tó­rios: «É pos­sível que me ve­nham a cons­ti­tuir ar­guido, mas não apre­sen­taram qual­quer prova contra a minha pessoa».

O líder do Sinn Féin foi preso ao abrigo da lei an­ti­ter­ro­rista do ano 2000, a qual per­mite a prisão pre­ven­tiva por um pe­ríodo de 28 dias.

 



Mais artigos de: Europa

Cortes dividem socialistas

O pa­cote dito de «es­ta­bi­li­dade» foi apro­vado, dia 29, pelo par­la­mento francês por 265 votos a favor, 232 contra e 67 abs­ten­ções. Hol­lande de­fronta agora uma opo­sição in­terna.

1,7 milhões sobrelotam prisões

As prisões na generalidade dos países europeus estão sobrelotadas, segundo afirma um relatório do Conselho da Europa, publicado dia 29, que recomenda a aplicação de penas substitutivas para atenuar o problema. As estatísticas relativas a 2012 mostram que, em...

Desemprego não baixa

A taxa de desemprego em Portugal manteve-se nos 15,2 por cento em Março, valor idêntico ao de Janeiro último. No entanto, segundo o boletim do Eurostat divulgado dia 2, o desemprego juvenil continuou a aumentar, representando 35,4 por cento, mais 0,4 pontos percentuais em relação a...

CDU – voto de protesto e alternativa

O primeiro-ministro tentou dar a sua golpada publicitária pré-eleitoral ao anunciar a chamada «saída limpa» da troika. Disse que, claro, é necessário continuar o «rigor orçamental», o que pode ser traduzido na vida real dos...