Trabalhadores defendem salários e direitos

Hotéis em luta no Porto

Os tra­ba­lha­dores con­ti­nuam a não be­ne­fi­ciar dos ex­ce­lentes re­sul­tados que se ve­ri­ficam no sector da Ho­te­laria: os sa­lá­rios não são ac­tu­a­li­zados há três anos e as pro­postas apre­sen­tadas pelo pa­tro­nato são «mi­se­rá­veis».

Se o pa­tro­nato in­sistir na sua po­sição, a luta irá con­ti­nuar

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Apesar da boa si­tu­ação eco­nó­mica que o sector da Ho­te­laria e Res­tau­ração vive, os sa­lá­rios pra­ti­cados no sector são muito baixos e não são ac­tu­a­li­zados há três anos. Como tal, de­ci­dido a im­pedir que este seja mais um ano sem au­mentos sa­la­riais, e também na de­fesa da ne­go­ci­ação do con­trato co­lec­tivo de tra­balho e dos di­reitos neles con­sa­grados, o Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte levou a efeito uma se­mana de luta no Porto, de 6 a 13, com con­cen­tra­ções de tra­ba­lha­dores, di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­cais frente a duas de­zenas de ho­téis e a di­versos es­ta­be­le­ci­mentos de res­tau­ração, no de­correr das quais se pro­cedeu à dis­tri­buição de um co­mu­ni­cado aos cli­entes em in­glês e por­tu­guês. Agora, a or­ga­ni­zação sin­dical vai so­li­citar uma reu­nião à As­so­ci­ação Por­tu­guesa da Ho­te­laria, Res­tau­ração e Tu­rismo (APHORT) e, se esta não al­terar a sua po­sição, os tra­ba­lha­dores irão re­gressar à luta.
Na con­cen­tração ini­cial, que contou com a par­ti­ci­pação de cerca de duas de­zenas de tra­ba­lha­dores e di­ri­gentes sin­di­cais do sector, o co­or­de­nador do Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte, Fran­cisco Fi­guei­redo, disse à Lusa que foi apre­sen­tada à APHORT uma pro­posta de au­mento sa­la­rial de três por cento, no valor mí­nimo de 30 euros, mas que a as­so­ci­ação pa­tronal, para além de querer re­tirar di­reitos im­por­tantes aos tra­ba­lha­dores, apre­sentou uma con­tra­posta «mi­se­rável de cinco euros de au­mento no sa­lário mensal», man­tendo-se ainda si­len­ciosa quando o sin­di­cato se mos­trou dis­posto a ne­go­ciar, «bai­xando a sua pro­posta para 2,5%, no valor mí­nimo 25 euros».

Quando se sabe que 2013 foi o me­lhor ano tu­rís­tico de sempre para Por­tugal, quando todos os in­di­ca­dores apontam para uma me­lhoria em 2014 – no caso es­pe­cí­fico do Porto, os ho­téis estão ac­tu­al­mente «com uma ocu­pação de 90 a 100 por cento» –, os tra­ba­lha­dores do sector da Ho­te­laria e Res­tau­ração vivem si­tu­a­ções de «grande emer­gência so­cial», não con­se­guindo viver com os sa­lá­rios que au­ferem, afirmou Fran­cisco Fi­guei­redo.Em luta pelos mesmos mo­tivos, em Maio os tra­ba­lha­dores do sector e os sin­di­catos fi­li­ados na Fe­saht/​CGTP-IN pro­mo­veram di­versas ac­ções junto a ho­téis de Lisboa e à sede da as­so­ci­ação pa­tronal do sector no Al­garve.

Greve nas can­tinas

Foi ele­vada em todo o País a adesão à greve dos tra­ba­lha­dores das can­tinas, re­fei­tó­rios, bares e áreas de ser­viço con­ces­si­o­nados re­a­li­zada no dia 9 e con­vo­cada pela Fe­saht/​CGTP-IN contra o con­ge­la­mento dos sa­lá­rios, que não são au­men­tados há quatro anos, em de­fesa da ne­go­ci­ação co­lec­tiva e dos di­reitos con­sa­grados no Con­trato Co­lec­tivo de Tra­balho, pelo pa­ga­mento do tra­balho ex­tra­or­di­nário e re­a­li­zado em dias fe­ri­ados, e contra o re­curso abu­sivo ao tra­balho pre­cário. De acordo com os dados avan­çados pelo Sin­di­cato da Ho­te­laria, a greve sentiu-se par­ti­cu­lar­mente em uni­dades hos­pi­ta­lares, es­colas e cen­tros de for­mação pro­fis­si­onal do IEFP.




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