Comunistas têm propostas justas e viáveis

Valorizar a pesca e os pescadores

Na sequência de uma reu­nião entre de­le­ga­ções do PCP e do Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Pesca do Norte, os co­mu­nistas re­a­fir­maram as suas pro­postas para o sector.

A pesca é um sector es­tra­té­gico para o País

LUSA

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A reu­nião teve lugar no dia 24, no qual a de­le­gação da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do Par­tido teve também a opor­tu­ni­dade de con­tactar com pes­ca­dores e ouvir de viva voz os graves pro­blemas que estão co­lo­cados hoje ao sector. Pro­blemas que, no geral, o PCP co­nhecia e que­foram de­ba­tidos na reu­nião com o sin­di­cato.

Dos con­tactos e do en­contro emergiu como pro­blema cen­tral os parcos ren­di­mentos dos pes­ca­dores, fruto dos preços de pri­meira venda, «ab­sur­da­mente baixos», e dos ele­vados custos de pro­dução, no­me­a­da­mente os com­bus­tí­veis. Para fazer face a estes graves pro­blemas, o PCP de­fende a cri­ação de me­ca­nismos que eli­minem a «ex­plo­ração de­sen­freada a que os pes­ca­dores estão su­jeitos», o que po­deria passar pela im­po­sição de uma taxa má­xima de lucro na re­venda.

A au­sência de sar­dinha (prin­cipal es­pécie de cap­tura na pesca do cerco) e a fraca qua­li­dade da pouca exis­tente, pro­blema que as­sumiu pro­por­ções mai­ores este ano, foi outra das ques­tões que pre­o­cupam hoje os tra­ba­lha­dores da re­gião. O Par­tido propõe que sejam es­tu­dadas todas as pos­si­bi­li­dades exis­tentes de apoios para fazer face a esta ver­da­deira «si­tu­ação de emer­gência».

A estes pro­blemas, in­forma o PCP na nota emi­tida no pró­prio dia 24 sobre estes en­con­tros, juntam-se as «con­di­ções me­te­o­ro­ló­gicas des­fa­vo­rá­veis e os pro­blemas de as­so­re­a­mento dos portos», que atinge mais gra­ve­mente os portos de Vila do Conde e Póvoa. Todas estas ques­tões co­locam o sector das pescas e todos os que nele tra­ba­lham ou dele de­pendem em «si­tu­ação dra­má­tica», com «em­bar­ca­ções en­di­vi­dadas e pró­ximas da fa­lência, com pes­ca­dores sem ren­di­mento du­rante meses». O PCP quer que o pró­ximo Or­ça­mento do Es­tado con­teple verbas para o de­sas­so­re­a­mento destes portos.

Lem­brando que o fundo de com­pen­sação sa­la­rial, que de­veria fazer face a estas si­tu­a­ções, é «cla­ra­mente in­su­fi­ci­ente», o PCP re­alça ainda os pro­blemas exis­tentes com a cer­ti­fi­cação da inac­ti­vi­dade, no­me­a­da­mente quanto à mo­ro­si­dade do pro­cesso e aos altos custos de cer­ti­fi­cação. Na nota, la­menta-se que não te­nham sido apro­vadas as pro­postas apre­sen­tadas pelo PCP na As­sem­bleia da Re­pú­blica para «me­lhorar a sua abran­gência, ope­ra­ci­o­na­li­dade e des­bu­ro­cra­ti­zação, in­clu­sive na cer­ti­fi­cação da si­tu­ação de inac­ti­vi­dade».

Sector es­tra­té­gico e de­ci­sivo

Outra das queixas dos pes­ca­dores prende-se com os apoios para com­bus­tí­veis – in­su­fi­ci­entes no caso do ga­sóleo e to­tal­mente ine­xis­tentes quanto à ga­so­lina, uti­li­zada na pesca ar­te­sanal. A ga­so­lina a «preço de bomba», a que são obri­gados a re­correr, é to­tal­mente in­com­por­tável para esta ac­ti­vi­dade. A re­visão dos apoios aos com­bus­tí­veis é uma me­dida ur­gente, ga­rante o PCP, que de­fende que a ga­so­lina uti­li­zada na pesca ar­te­sanal seja apoiada.

Os pes­ca­dores con­tac­tados pelo PCP de­nun­ci­aram ainda os pro­blemas re­la­ci­o­nados com aci­dentes e mortes no mar. Os pro­fis­si­o­nais da pesca queixam-se das de­fi­ci­entes con­di­ções de en­trada e saída dos portos, que co­locam em risco a sua se­gu­rança, e dos seus baixos ren­di­mentos, que cons­ti­tuem uma forma de pressão para que vão para o mar mesmo quando as con­di­ções não o acon­se­lham.

Fi­nal­mente, nos con­tactos com pes­ca­dores e na reu­nião com o STPN foi le­van­tada a questão do Porto de Lei­xões, e das obras aí pre­vistas. Sendo unâ­nime a ne­ces­si­dade de in­tervir a fundo nesta infra-es­tru­tura, e de es­tender a in­ver­venção ao Porto de Pesca (que, para o PCP, se en­contra num «es­tado las­ti­moso»), há igual­mente a pre­o­cu­pação com a in­ter­rupção da ac­ti­vi­dade deste porto du­rante um pe­ríodo de dois a três anos. É fun­da­mental, por­tanto, que sejam cri­adas al­ter­na­tivas viá­veis que não po­nham em causa a ac­ti­vi­dade pis­ca­tória.

 



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