Dinheiros públicos para tapar buracão no BES

Política de ruína

«Quanto mais exem­plos de fraude e es­pe­cu­lação e até ac­tu­ação cri­mi­nosa são ne­ces­sá­rios para que re­co­nheçam que a ac­ti­vi­dade ban­cária é de­ma­siado im­por­tante para estar na mão dos pri­vados?», ques­ti­onou o líder par­la­mentar do PCP, João Oli­veira, na co­missão per­ma­nente da AR, onde a mi­nistra das Fi­nanças expôs a versão do Go­verno sobre o caso BES.

Acu­sando o Exe­cu­tivo PSD/​CDS-PP de pros­se­guir uma «po­lí­tica de ruína e fra­casso», o pre­si­dente da for­mação co­mu­nista in­ter­rogou-se ainda sobre as ra­zões que le­varam Maria Luís Al­bu­querque a dizer a 17 de Julho no Par­la­mento que não seria ne­ces­sária a in­ter­venção do Es­tado no BES.

«Foi en­ga­nada? Não sabia? Sabia e veio en­ganar os por­tu­gueses?», in­quiriu João Oli­veira, que co­locou ainda vá­rias ques­tões à ti­tular da pasta das Fi­nanças, no­me­a­da­mente quanto à par­ti­ci­pação da Caixa Geral de De­pó­sito no pro­cesso e sobre as res­pon­sa­bi­li­dades que o Go­verno as­su­mirá no Novo Banco.

As con­sequên­cias da so­lução adop­tada para o erário pú­blico foi outro dos temas abor­dados pelo pre­si­dente do Grupo Par­la­mentar do PCP, que instou a mi­nistra a «dar ga­ran­tias de que não será um pro­cesso de um banco que vai es­tourar no­va­mente na mão dos con­tri­buintes».

Par­ti­cular pre­o­cu­pação foi ainda ma­ni­fes­tada quanto à si­tu­ação dos tra­ba­lha­dores do Grupo Es­pí­rito Santo, com João Oli­veira a lem­brar que só nos sec­tores fi­nan­ceiro e da saúde o seu nú­mero ul­tra­passa os 30 mil.

 



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