Jerónimo de Sousa no Algarve

Tempo de mudar de rumo

Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou, no dia 15, num con­vívio em Monte Gordo e num jantar em Lagos, nos quais foi re­a­fir­mado o ca­minho al­ter­na­tivo que o PCP propõe.

 

É ne­ces­sária uma ver­da­deira mu­dança e não uma mera al­ter­nância

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Num dia pas­sado por terras al­gar­vias, o Se­cre­tário-geral do PCP voltou a afirmar que «o País não pode adiar por mais tempo uma mu­dança de rumo». Como é evi­dente, e fez questão de o su­bli­nhar, Je­ró­nimo de Sousa re­feria-se a uma ver­da­deira mu­dança e não a «so­lu­ções de mera al­ter­nância e novos ar­ranjos, como os que pre­param os par­tidos que têm go­ver­nado o País para salvar e pros­se­guirem a po­lí­tica da troika». Para o di­ri­gente do Par­tido, esta «ver­da­deira mu­dança» não a pode as­se­gurar o PS, seja de Costa seja de Se­guro, uma vez que um e outro as­piram go­vernar com a di­reita: «foi isso que fi­zeram no pas­sado, é isso que pre­tendem fazer e se pre­param para con­ti­nuar a fazer.»
Costa e Se­guro, lem­brou Je­ró­nimo de Sousa, têm dito que «com este PSD não, ao mesmo tempo que afirmam a sua aber­tura a novos en­ten­di­mentos. Costa fala de um acordo de re­gime para dez anos, tendo a seu lado Rui Rio, Se­guro lança pontes para acordos de in­ci­dência go­ver­na­tiva e par­la­mentar com um PSD com cara nova, coisa que que Costa não des­carta». Um e outro, acres­centou, «apostam no velho truque da mu­dança de líder para pôr o con­tador a zero das res­pon­sa­bi­li­dades e abrir es­paço aos en­ten­di­mentos, tendo como fundo a mesma po­lí­tica; lançam a farsa de uma can­di­da­tura a pri­meiro-mi­nistro, que não existe, e com isso su­bal­ter­nizam as suas ori­en­ta­ções e op­ções po­lí­ticas que no es­sen­cial são iguais».
Certo de que há so­lu­ções para os pro­blemas do País, Je­ró­nimo de Sousa ga­rantiu que elas re­sidem na adopção de uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, que con­tra­ponha «às po­lí­ticas eco­nó­micas ao ser­viço do grande ca­pital, uma nova po­lí­tica de de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico ao ser­viço do País». Tal po­lí­tica ne­ces­sita, para ser con­cre­ti­zada, de um go­verno também ele pa­trió­tico e de es­querda, acres­centou.

De­fender o SNS

Re­fe­rindo-se es­pe­ci­fi­ca­mente aos pro­blemas so­ciais mais sen­tidos pelos tra­ba­lha­dores e o povo do Al­garve, Je­ró­nimo de Sousa co­meçou por de­nun­ciar a po­lí­tica de des­truição de ser­viços pú­blicos, que as­sume par­ti­cular gra­vi­dade na área da Saúde. Os su­ces­sivos cortes, as «re­es­tru­tu­ra­ções» na rede hos­pi­talar e as ten­ta­tivas de trans­ferir para os mu­ni­cí­pios a gestão dos Cen­tros de Saúde são me­didas que não põem apenas em causa a qua­li­dade dos ser­viços como o pró­prio acesso à saúde con­sa­grado na Cons­ti­tuição, as­se­gurou.
Ga­ran­tindo que os re­flexos desta po­lí­tica estão a ser sen­tidos com grande pre­o­cu­pação pelas po­pu­la­ções da re­gião, o di­ri­gente co­mu­nista lem­brou a in­tensa ac­ti­vi­dade do Grupo Par­la­mentar do PCP no acom­pa­nha­mento da si­tu­ação e na apre­sen­tação de pro­postas para re­solver os mais graves pro­blemas: um deles é, sem dú­vida, o da falta de 800 pro­fis­si­o­nais de saúde na re­gião, entre mé­dicos, en­fer­meiros, téc­nicos de di­ag­nós­tico e te­ra­pêu­tica, as­sis­tentes téc­nicos e ope­ra­ci­o­nais. Esta é uma si­tu­ação que põe em causa o fun­ci­o­na­mento eficaz de vá­rios ser­viços de ur­gência e re­sulta em «es­can­da­losos tempos de es­pera» para con­sultas ex­ternas nos hos­pi­tais de Faro e Por­timão, afirmou o Se­cre­tário-geral do PCP.
Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou, assim, a pro­posta de abrir con­cursos para a con­tra­tação de pro­fis­si­o­nais de Saúde em falta no Al­garve, ao mesmo tempo que exigiu o aban­dono do pro­jecto de fundir os três hos­pi­tais da re­gião, pois esta fusão le­varia à con­cen­tração e de­gra­dação da qua­li­dade do ser­viço pres­tado, ao en­cer­ra­mento de va­lên­cias (no­me­a­da­mente em Lagos e Por­timão), ao au­mento de tempos de es­pera e à di­mi­nuição dos tempos de con­sulta.
A so­lução, ga­rantiu, «não pode ser es­va­ziar o SNS e fa­vo­recer a mul­ti­pli­cação de clí­nicas de saúde e hos­pi­tais pri­vados mas, ao con­trário, for­ta­lecer o SNS e dotá-lo com os meios téc­nicos e hu­manos ne­ces­sá­rios à de­fesa da saúde das po­pu­la­ções».




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