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Lutas em Outubro nos transportes

ORT do sector dos trans­portes e co­mu­ni­ca­ções, reu­nidas num ple­nário con­vo­cado pela Fec­trans, de­nun­ci­aram os pro­cessos de pri­va­ti­zação em curso e agen­daram ac­ções de luta para 14, 15 e 16 de Ou­tubro.

ORT exigem can­ce­la­mento ime­diato da pri­va­ti­zação dos trans­portes

Mais de 120 di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­cais, bem como mem­bros de co­mis­sões e sub­co­mis­sões de tra­ba­lha­dores reu­niram-se a con­vite da Fec­trans na Casa do Alen­tejo, em Lisboa, esta terça-feira, 23, para de­bater a si­tu­ação nas em­presas de trans­portes e co­mu­ni­ca­ções que en­frentam pro­cessos de sub­con­cessão/​pri­va­ti­zação e ana­lisar a res­posta a dar a essa po­lí­tica le­siva dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, dos utentes e da so­be­rania na­ci­onal. 
As con­clu­sões do de­bate, que abordou quatro tó­picos fun­da­men­tais, fi­caram plas­madas na re­so­lução «Em de­fesa do tra­balho com di­reitos, do ser­viço pú­blico e da so­be­rania na­ci­onal», que foi apro­vada por una­ni­mi­dade. Assim, numa pri­meira parte, as or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas dos tra­ba­lha­dores de­nun­ciam a ofen­siva pri­va­ti­za­dora do Go­verno em vá­rias frentes, «com o evi­dente ob­jec­tivo de re­a­lizar o maior nú­mero de fretes pos­sí­veis aos seus amigos ca­pi­ta­listas e con­cre­tizar ra­pi­da­mente um con­junto de ne­gó­cios rui­nosos para o País». Apesar da de­si­gual­dade de meios, estas or­ga­ni­za­ções afirmam que a pri­meira ba­talha a travar será a da ver­dade e a da de­núncia dos ver­da­deiros ob­jec­tivos destas pri­va­ti­za­ções, com­ba­tendo as cam­pa­nhas que ca­lu­niam a re­a­li­dade das em­presas pú­blicas.
Uma das con­sequên­cias destes pro­cessos é a di­mi­nuição do preço da força de tra­balho e o au­mento da ex­plo­ração, im­pondo mais tra­balho por menos sa­lário. Por isso, os tra­ba­lha­dores vão à luta, em de­fesa dos seus di­reitos e postos de tra­balho, mas também pela ga­rantia da pres­tação de um ser­viço de qua­li­dade, pú­blico, uni­versal, de pro­xi­mi­dade.
Outro tó­pico em de­bate foi o do pre­juízo dos utentes e da «trans­fe­rência de ins­tru­mentos es­tra­té­gicos de de­sen­vol­vi­mento e so­be­rania para a es­fera pri­vada e, muitas vezes, es­tran­geira». A de­fesa do ca­rácter pú­blico das em­presas de trans­portes in­te­ressa ao con­junto da po­pu­lação e essa deve ser uma das bases da luta contra o pro­cesso pri­va­ti­zador, bem como a sen­si­bi­li­zação, en­vol­vi­mento e mo­bi­li­zação das au­tar­quias, na me­dida em que estão mais pró­ximas das po­pu­la­ções, afirmam.
As ORT con­si­deram que a in­versão desta po­lí­tica e da ofen­siva contra os di­reitos dos tra­ba­lha­dores e re­for­mados do sector só será al­can­çada com a de­missão do ac­tual Go­verno; como tal, pro­põem aos tra­ba­lha­dores das em­presas com pro­cessos de sub­con­cessão/​pri­va­ti­zação em curso o de­sen­vol­vi­mento de ac­ções de con­tacto, es­cla­re­ci­mento e de­bate com tra­ba­lha­dores e utentes dos ser­viços pú­blicos de trans­portes e co­mu­ni­ca­ções nos dias 9 e 10 de Ou­tubro; ainda, o de­sen­vol­vi­mento de uma acção de luta, com um ca­derno rei­vin­di­ca­tivo comum, nos dias 14, 15 e 16 do mesmo mês, com uma con­cen­tração das es­tru­turas de tra­ba­lha­dores do sector no úl­timo dia de ac­ções.




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