Eleições não garantem estabilidade

Direita sem maioria na Bulgária

O partido de direita GERB (Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária) venceu as eleições legislativas, realizadas no domingo, 5, com 32,66 por cento dos votos.

No sufrágio antecipado, o segundo em menos de dois anos, o Partido Socialista, no poder, recuou para 15,33 por cento dos votos, seguido pelo Movimento pelos Direitos e Liberdades (DPS), com 14,78 por cento, força que representa a minoria étnica turca e muçulmana.

O Bloco Reformador recolheu 8,91 por cento dos votos, enquanto os ultranacionalistas do «Ataka» ficaram em sétimo lugar com 4,53 por cento, ultrapassados pela Frente Patriótica (7,3%) e pela «Bulgária Sem Censura» (5,69%).

A coligação «Alternativa Pelo Renascimento da Bulgária» obteve 4,14 por cento, superando à justa o limite de quatro por cento para estar representada no parlamento.

De acordo com as estimativas no momento em que estavam contados 97 por cento dos votos, o GERB, de Boiko Borisov, que foi primeiro-ministro até Fevereiro de 2013, poderia eleger entre 88 e 89 deputados, num hemiciclo que comporta 240 lugares.

Embora a uma distância apreciável dos seus adversários, o GERB está longe da maioria parlamentar, o que implicará o estabelecimento de acordos para a formação de um eventual governo.

Por seu lado, o Partido Socialista (BSP), a segunda força mais votada, sofreu uma autêntica derrocada eleitoral, perdendo mais de 11 pontos percentuais em relação às eleições anteriores.

Apesar de os resultados lhe darem uma frágil maioria, Borissov não abdicou do seu discurso populista, afirmando querer «governar pessoalmente». «Estou disposto a pôr a cabeça em jogo para tirar o país da crise».

Não obstante ter declarado que «de momento não vejo como e com quem vou formar um governo», Borissov sabe que tem de procurar acordos com outras formações, que lhe assegurem uma maioria parlamentar.

Recorde-se que o governo de Borissov caiu na sequência de uma vaga sem precedentes de contestação social, que eclodiu no início de 2013, provocada pelo aumento exorbitante dos preços da electricidade e pelos sucessivos escândalos de corrupção.

Nas eleições de Maio de 2013, o GERB voltou a vencer, mas o Partido Socialista e o DPS conseguiram entender-se para apoiar o governo tecnocrático chefiado pelo economista Plamen Oresharski.

Essa possibilidade está hoje posta de lado, uma vez que as duas formações juntas não têm a maioria dos deputados.

Com 7,2 milhões de habitantes, a Bulgária é considerado o país mais pobre da União Europeia, a par da vizinha Roménia.




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