Enfermeiros retomam greves

Na pro­posta de Or­ça­mento do Es­tado para 2015, o Go­verno des­mente os com­pro­missos que o Mi­nis­tério da Saúde as­sumiu na ne­go­ci­ação e que tinha anun­ciado pu­bli­ca­mente. Como não fica ga­ran­tido que haja pro­gressão na car­reira, re­po­sição das 35 horas se­ma­nais, fim do corte no valor das horas pe­nosas e do tra­balho su­ple­mentar, e como também não fica ga­ran­tida a ne­ces­sária res­posta ao grave pro­blema da falta de pro­fis­si­o­nais, o Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses con­vocou greves para amanhã, 14, e para dia 21. Na sexta-feira da pró­xima se­mana, du­rante a greve, ha­verá também uma con­cen­tração, frente ao Mi­nis­tério, em Lisboa, às 12 horas.

A úl­tima greve na­ci­onal de en­fer­meiros ocorreu, com muito forte adesão, a 24 e 25 de Se­tembro, an­te­ce­dida de um pro­cesso de luta que se de­sen­rolou desde Julho. No co­mu­ni­cado em que mo­bi­liza para as lutas de amanhã e dia 21, o SEP/​CGTP-IN re­gista que foi au­to­ri­zada a ad­missão de mais de 500 en­fer­meiros e foram re­gu­la­ri­zadas al­gumas si­tu­a­ções de tra­balho pre­cário, mas avisa que nas ad­mi­nis­tra­ções re­gi­o­nais de saúde ainda estão pen­dentes os con­cursos de 2013. Isto per­mite con­cluir que, dos 1700 en­fer­meiros que o Mi­nis­tério anun­ciou ad­mitir, os cui­dados pri­má­rios só re­ce­berão os pri­meiros em 2016 ou 2017, o que é «inad­mis­sível, face à grave ca­rência».

Por outro lado, das 5570 vagas para en­fer­meiro prin­cipal, iden­ti­fi­cadas pelas ins­ti­tui­ções como ne­ces­sá­rias, o Mi­nis­tério de Paulo Ma­cedo propõe ocupar 1900, mas em quatro anos, e sob con­dição de haver acordo na ne­go­ci­ação de um acordo co­lec­tivo de tra­balho.

Para a ne­go­ci­ação deste ACT, que iria também re­solver o pro­blema da dis­cri­mi­nação sa­la­rial dos en­fer­meiros em con­trato in­di­vi­dual de tra­balho, o Go­verno quer a ga­rantia de que não ha­verá greves du­rante um ano. O SEP aceita ne­go­ciar um ACT, mas re­a­firma que har­mo­nizar os sa­lá­rios é uma obri­gação legal das ins­ti­tui­ções.

No Centro Hos­pi­talar do Médio Tejo (hos­pi­tais de Abrantes, Tomar e Torres Novas), o SEP con­vocou três dias de greve, com início a 24 de No­vembro. Nos mo­tivos es­pe­cí­ficos desta luta so­bressai a sub­con­tra­tação de en­fer­meiros, através de em­presas de for­ne­ci­mento de mão-de-obra, a quem será pago por mês o valor de 530 euros por 160 horas, o que re­sulta em pouco mais de três euros por hora!

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Hoje há luta nacional

Mi­lhares de tra­ba­lha­dores par­ti­cipam hoje nas cen­tenas de ac­ções mar­cadas por todo o País e nos di­versos sec­tores, cor­res­pon­dendo ao apelo da CGTP-IN para que este 13 de No­vembro seja um «dia na­ci­onal de in­dig­nação, acção e luta», por um au­mento geral dos sa­lá­rios e por me­lhores con­di­ções de tra­balho e de vida, para pôr termo à po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento e para de­mitir o Go­verno que a pre­tende agravar ainda mais.

Sonae e Pingo Doce podem pagar

De­ter­mi­nantes na po­sição da as­so­ci­ação pa­tronal APED, os dois mai­ores grupos da grande dis­tri­buição co­mer­cial têm hoje à porta das suas sedes ac­ções sin­di­cais a exigir au­mento dos sa­lá­rios e ne­go­ci­ação do con­trato co­lec­tivo.

Repor direito histórico nos carris

Tra­ba­lha­dores fer­ro­viá­rios no ac­tivo e re­for­mados mar­charam, quinta-feira, 6, contra o roubo do di­reito ao trans­porte, luta à qual se somam ou­tras jor­nadas le­vadas a cabo no sector ex­pres­sando a in­dig­nação e pro­testo contra a ac­tual po­lí­tica e Go­verno e suas con­sequên­cias.

Desemprego além das estatísticas

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) «não reflectem com exactidão o que se passa com o emprego no nosso País, pois subestimam o desemprego e sobrestimam o emprego», salienta a CGTP-IN. Em nota de imprensa difundida depois de o INE ter calculado a taxa...

Exigido veto à PT SGPS

As organizações representativas dos trabalhadores da Portugal Telecom exigem que a PT SGPS exerça o seu poder de veto e impeça a venda da PT Portugal pela Oi. Num comunicado conjunto da Comissão de Trabalhadores e dos sindicatos SNTCT, STPT, Sinttav, Sindetelco, Tensiq, STT,...

Governo ouve das boas...

Em Aveiro e na Moita o protesto contra a política de destruição do Governo fez-se ouvir no final da semana transacta. No primeiro caso, contrariando a versão fantasiosa sobre a alegada evolução favorável da situação...