Exigências reforçadas e novas lutas agendadas

Greve histórica no handling

No dia 1, se­gunda-feira, a greve do pes­soal da as­sis­tência em terra nos ae­ro­portos uniu os tra­ba­lha­dores da Portway, da SPdH e das em­presas de tra­balho tem­po­rário.

Na luta por ob­jec­tivos co­muns con­so­lida-se a uni­dade dos tra­ba­lha­dores

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«Foi mesmo um dia his­tó­rico», con­gra­tulou-se o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Avi­ação e Ae­ro­portos (Si­tava), que or­ga­nizou a luta. A Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Trans­portes e Co­mu­ni­ca­ções (Fec­trans) con­si­derou a greve como his­tó­rica, por abranger todas as em­presas do sector e pela forte adesão que teve. O Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, que es­teve com os tra­ba­lha­dores em greve no ae­ro­porto de Lisboa, des­tacou a grande co­esão e uni­dade de­mons­tradas, tanto em de­fesa de um con­trato co­lec­tivo de tra­balho como na exi­gência do fim da pre­ca­ri­zação do tra­balho neste sector.
O forte im­pacto da greve pro­vocou atrasos e muitos aviões ater­raram e le­van­taram da Por­tela sem ba­gagem de porão, ob­servou a Fec­trans, numa in­for­mação di­vul­gada ao início da tarde de dia 1. An­te­ontem, a fe­de­ração fez saber que os efeitos ainda se fa­ziam sentir, «com a acu­mu­lação de mi­lhares de malas nos ae­ro­portos na­ci­o­nais».
No co­mu­ni­cado de terça-feira, o Si­tava deixou claro que «a luta não vai parar», de­pois de um dia de greve em que «lado a lado es­ti­veram cen­tenas de tra­ba­lha­dores, efec­tivos, con­tra­tados a termo, tem­po­rá­rios e ou­tros pre­cá­rios da Portway, da SPdH/​Ground­force e das inú­meras em­presas de tra­balho tem­po­rário, unidos em torno de ob­jec­tivos co­muns».
Ficou de­ci­dido re­a­lizar um ple­nário geral de tra­ba­lha­dores da­quelas em­presas no dia 23 De­zembro, para dis­cussão e apro­vação da pro­posta de con­trato co­lec­tivo de tra­balho para o han­dling, a apre­sentar à Portway e à SPdH.
Foi também apro­vado avançar com um pré-aviso de greve ao tra­balho su­ple­mentar, por tempo in­de­ter­mi­nado, a partir de dia 18, em todas as em­presas de tra­balho tem­po­rário e «pres­ta­doras de ser­viços» (Adecco, Cros­s­S­taff, In­flight, Kelly, Mul­ti­tempo, Om­ni­team, Randstad, RH Mais e Ta­lenter). Mantêm-se as greves ao tra­balho su­ple­mentar na SPdH e na Portway.
A re­a­li­zação da greve e as de­ci­sões to­madas pelos tra­ba­lha­dores quanto ao pros­se­gui­mento da luta valem ainda mais, por terem sido der­ro­tadas as mais di­versas ma­no­bras e de­ci­sões anor­mais das em­presas, que pro­cu­raram em vão im­pedir a luta ou mi­ni­mizar os seus efeitos.
Bruno Dias, de­pu­tado do PCP, es­teve junto do pi­quete de greve a ex­pressar a ac­tiva so­li­da­ri­e­dade do PCP com esta luta. Ga­rantiu aos tra­ba­lha­dores que o Par­tido irá ques­ti­onar o Go­verno sobre as múl­ti­plas queixas dos tra­ba­lha­dores apre­sen­tadas à ACT, no­me­a­da­mente por vi­o­lação da lei da greve.

Ro­do­viá­rios

Os tra­ba­lha­dores da Scot­turb, trans­por­ta­dora ro­do­viária que serve os con­ce­lhos de Cas­cais, Oeiras e Sintra, apro­varam um ca­derno rei­vin­di­ca­tivo que en­tre­garam à ge­rência, exi­gindo que esta marque ur­gen­te­mente uma reu­nião para dis­cussão do seu con­teúdo. Os tra­ba­lha­dores de­ci­diram não fazer a greve agen­dada para dia 13, es­pe­rando as res­postas da ge­rência numa reu­nião de ne­go­ci­ação en­tre­tanto mar­cada para dia 17, que acabou por não se con­cre­tizar.
No ple­nário, re­a­li­zado na noite de sá­bado, 22 de No­vembro, o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores dos Trans­portes Ro­do­viá­rios e Ur­banos, da Fec­trans/​CGTP-IN, ficou man­da­tado para de­sen­ca­dear formas de luta, ainda em De­zembro, caso a reu­nião não seja mar­cada ou, re­a­li­zando-se nos pró­ximos dias, nela os re­pre­sen­tantes pa­tro­nais se apre­sentem sem res­postas con­cretas que apontem para a re­so­lução dos pontos re­fe­ridos. Nestes in­cluem-se au­mentos sa­la­riais de um euro por dia, re­tri­buição do tra­balho su­ple­mentar nos termos de­fi­nidos no Acordo de Em­presa, al­te­ra­ções na or­ga­ni­zação de ho­rá­rios, me­didas de se­gu­rança dos mo­to­ristas, ga­rantia de infra-es­tru­turas sa­ni­tá­rias nos ter­mi­nais e para to­mada de re­fei­ções nos lo­cais de ren­dição, pas­sagem a efec­tivo de tra­ba­lha­dores con­tra­tados a prazo.

Uma greve de 24 horas está mar­cada para dia 9, terça-feira, na STCP, em de­fesa da em­presa e da sua com­po­nente pú­blica, ame­a­çada pelo pro­cesso de pri­va­ti­zação (sub­con­cessão). A luta na trans­por­ta­dora ro­do­viária do Porto, como re­feriu a Fec­trans, é também pela re­po­sição do quadro de efec­tivos, para ga­rantir o cum­pri­mento das obri­ga­ções da em­presa para com os ci­da­dãos da re­gião.

Para ontem e hoje, entre as três e as 10 horas, mar­caram greve os tra­ba­lha­dores de vá­rias em­presas de trans­portes ro­do­viá­rios, dos grupos Ar­riva e Transdev, na zona de Braga: Ar­riva, Trans­co­Vi­zela, Au­to­Mon­di­nense, Caima Trans­portes, TU Gui­ma­rães, TU Fa­ma­licão, Es­teves Braga & An­dreia, Sal­vador Alves Pe­reira, An­tónio dos Pra­zeres & Filho. Pela ter­ceira vez desde Ou­tubro, vão pa­ra­lisar em de­fesa das suas rei­vin­di­ca­ções, a cuja ne­go­ci­ação os pa­trões têm fu­gido.

 



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