Mergulhar no terreno
«Estas jornadas dão sentido ao trabalho que fazemos no Parlamento Europeu», e são tanto mais importantes quanto cabe ao PCP elaborar um relatório subordinado ao tema «A Inovação na economia azul: materializar o potencial de crescimento e de emprego dos nossos mares e oceanos», recordou João Ferreira, a abrir a audição pública que encerrou as iniciativas temáticas promovidas pelo PCP, entre sexta-feira, 30, e sábado, 31.
Dois dias de trabalho em que João Ferreira, Inês Zuber e Miguel Viegas, acompanhados por dirigentes do PCP e eleitos locais, realizaram cerca de 20 encontros e visitas a instituições, infraestruturas e associações, contactaram com trabalhadores e agentes económicos ligados às diversas vertentes da economia do mar nos distritos de Setúbal, Aveiro e Leiria.
Jornadas em que, disse ainda João Ferreira, se contrariou a tendência para sobrevalorizar as chamadas novas potencialidades do mar menosprezando as actividades ditas tradicionais, e cujo balanço, da recolha de contributos ao contacto com o terreno e com os constrangimentos, terá reflexo na intervenção dos eleitos comunistas no PE, garantiu, por seu lado, Inês Zuber.
Miguel Viegas, na hora de intervir, detalhou com mais pormenor o programa que integrou e avançou com casos concretos – da arte xávega à produção de ostras e sal, da reparação naval aos portos –, apontando, assim, para questões estruturantes que obstaculizam a subsistência e desenvolvimento das diversas actividades ligadas ao mar: legislação desarticulada da realidade, falta de incentivos e apoios de diversa ordem, e subordinação aos interesses da grande capital (de que as parcerias público-privadas são um mero exemplo) em detrimento do estímulo à vitalidade, diversificação e sustentabilidade económica, ambiental e social das actividades marítimas.