Reformados mais pobres
A Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI realizou anteontem, um pouco por todo o País, uma acção nacional com o objectivo de mobilizar os reformados para a luta pela defesa dos seus direitos, em especial, pela revalorização da suas pensões.
Portugal está cada vez mais desigual
«Portugal é dos países da União Europeia com pensões mais baixas», lê-se num documento distribuído pelas Federações Distritais e Associações do MURPI, onde se denuncia o «congelamento das reformas e pensões para 2015 de mais de três milhões e seiscentos mil reformados e pensionistas (de velhice, de invalidez e de sobrevivência)» e se acusa o Governo de mentir aos portugueses quando afirma que aumentou as pensões mínimas em um por cento. A verdade, esclarece a Confederação, é que o Executivo PSD/CDS apenas aumentou «o 1.º escalão das pensões mínimas do regime de Segurança Social em alguns míseros cêntimos diários, mantendo o congelamento de todos os outros escalões». O mesmo aconteceu no âmbito da Caixa Geral de Aposentações em que ficam de fora as pensões mínimas com períodos contributivos mais longos.
Para o MURPI, «ridículo» é também o aumento no regime especial das actividades agrícolas (mais 2,39 euros mensais) e na pensão social do regime não contributivo (dois euros), assim como dos complementos por dependência.
Propostas
Face à situação, exige-se o «descongelamento de todas as pensões», a «reposição dos valores retirados aos pensionistas», a «revalorização do conjunto das reformas e pensões como parte integrante da defesa do Sistema Público Universal e Solidário para todos os portugueses», o «aumento de 4,7 por cento em todas as pensões e um aumento de 25 euros mensais nas pensões mais baixas», o «assegurar que o Centro Nacional de Pensões, anualmente, ou sempre que haja alterações, preste informação discriminada aos pensionistas do valor líquido das suas pensões» e a «reposição do pagamento por inteiro do subsídio de Natal, pondo fim ao seu pagamento por duodécimos».
A Confederação quer ainda ver garantido que «sejam pagos por inteiro, e nos meses previstos por lei, os montantes adicionais de Julho (subsídio de férias) e de Dezembro (subsídio de Natal)» e o «direito à Saúde e a Serviços Públicos de qualidade».
Durante todo o dia, o MURPI realizou iniciativas em Lisboa, Porto, Aveiro, São João da Madeira, Ovar, Santa Maria da Feira, Marinha Grande, Coimbra, Santarém, Setúbal, Sesimbra, Seixal, Barreiro, Moita, Almada, Beja e Évora.