Professores fartos de esperar
Anteontem, dezenas de docentes e sindicalistas concentraram-se em Coimbra, frente ao Instituto Superior de Engenheira, para exigir que o Governo cumpra a directiva comunitária que estabelece limites ao recurso à contratação a termo e alargue o período de transição do regime precário para o vínculo sem termo.
O período de transição leva a que os docentes sejam obrigados a concluir o doutoramento, sendo que a exigência do alargamento do prazo de transição prende-se com o não cumprimento das condições estabelecidas, nomeadamente a isenção do pagamento de propinas pelos doutorandos que exercem funções docentes e a dispensa de funções lectivas.
No protesto, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, lamentou que o Executivo PSD/CDS entenda o Ensino Superior Politécnico como «um plano secundário», sendo que a actual situação pode levar «ao desemprego» de «centenas» de docentes com contrato a termo. «Mais de metade dos docentes do Ensino Superior Politécnico são precários. A precariedade é já parte do modelo de financiamento do politécnico», criticou, considerando que esta é uma «intenção deliberada de afastar gente, desvalorizar o politécnico» e reduzir o número de docentes.