Desdolarização na ordem do dia

A China acaba de anun­ciar o lan­ça­mento do seu pró­prio sis­tema de pa­ga­mentos in­ter­na­ci­o­nais, o CIPS, no que é con­si­de­rado mais um passo para re­forçar a sua moeda – o yuan – e re­duzir a de­pen­dência do país face ao dólar. Se­gundo in­forma a Reu­ters, o sis­tema para tran­sa­ções in­ter­na­ci­o­nais em yu­anes de­verá en­trar em fun­ci­o­na­mento entre Se­tembro e Ou­tubro deste ano.

A ini­ci­a­tiva chi­nesa ocorre cerca de um mês de­pois de a Rússia ter avan­çado no mesmo sen­tido, pondo em fun­ci­o­na­mento um sis­tema al­ter­na­tivo ao SWIFT (So­ci­e­dade para Te­le­co­mu­ni­ca­ções Fi­nan­ceiras In­ter­ban­cá­rias Glo­bais), de forma a re­duzir os im­pactos ne­ga­tivos das san­ções que lhe foram im­postas pelos EUA e União Eu­ro­peia.

De acordo com o portal Sputnik News, cerca de uma cen­tena de en­ti­dades de cré­dito russas in­te­gram o novo sis­tema, que per­mi­tirá aos bancos do país co­mu­nicar através do Banco Cen­tral da Rússia (BCR). A im­ple­men­tação do sis­tema pró­prio, le­vada a cabo pelo BCR, surge na sequência de rei­te­radas ame­aças dos EUA e UE de des­li­garem a Rússia do SWIFT im­pe­dindo assim as suas tran­sac­ções com o Oci­dente. Nas novas cir­cuns­tân­cias, se­gundo os es­pe­ci­a­listas, é pos­sível re­duzir sig­ni­fi­ca­ti­va­mente o do­mínio fi­nan­ceiro do Oci­dente sobre a Rússia.

Ac­tu­al­mente a mai­oria das tran­sac­ções in­ter­ban­cá­rias in­ter­na­ci­o­nais, como or­dens de pa­ga­mento e trans­fe­rên­cias ban­cá­rias, são re­a­li­zadas por meio da rede SWIFT, que está sob o con­trolo dos EUA e que Washington uti­liza como arma eco­nó­mica.

Banco de De­sen­vol­vi­mento

En­tre­tanto, o par­la­mento russo (Duma) ra­ti­ficou em fi­nais de Fe­ve­reiro a cri­ação do Banco de De­sen­vol­vi­mento do grupo BRICS, com um ca­pital de­cla­rado de cem mil mi­lhões de dó­lares e des­ti­nado a servir como uma re­serva de fundos para pro­jectos de infra-es­tru­turas nos países mem­bros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A de­cisão de formar o Banco foi to­mada em Junho de 2014, numa reu­nião do grupo em For­ta­leza. A pri­meira reu­nião do con­selho de ad­mi­nis­tração está agen­dada para o Verão, na ci­dade russa de Ufa, onde serão eleitos o pre­si­dente e vice-pre­si­dente do Banco. Ad­mite-se que a nova en­ti­dade ban­cária entre em fun­ci­o­na­mento nos fi­nais deste ano e que a sua sede fique em Xangai.

De acordo com as de­cla­ra­ções do pre­si­dente russo Vla­dímir Putin na sexta ci­meira dos BRICS, a cri­ação do Banco de De­sen­vol­vi­mento per­mi­tirá aos países mem­bros serem mais in­de­pen­dentes face à po­lí­tica fi­nan­ceira dos países oci­den­tais.

 



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