Interpelação do PCP ao Governo

Buraco sem fundo

Entre 2011 e 2014, a dí­vida subiu mais de 30 mil mi­lhões de euros, si­tu­ando-se agora nos 225 mil mi­lhões (130% PIB). O que se paga só em juros é já de 8580 mi­lhões de euros anuais e prevê-se que tal custo con­tinue a crescer. Até 2020, o valor total de juros a pagar só pela dí­vida já con­traída será de 60 mil mi­lhões de juros.

Não foi apenas com estes dados que o de­pu­tado co­mu­nista Mi­guel Tiago con­frontou a mi­nistra das Fi­nanças. A esta fez igual­mente notar que o valor anual hoje pago em juros per­mi­tiria fi­nan­ciar um Ser­viço Na­ci­onal de Saúde in­teiro du­rante um ano, ou ga­rantir en­sino gra­tuito para todos os por­tu­gueses até ao mais ele­vado grau de en­sino du­rante um ano, ou du­plicar o or­ça­mento do apoio às artes du­rante os pró­ximos 400 anos.

A grande opção con­tinua a ser, pois, entre «pagar juros exor­bi­tantes, sa­cri­ficar di­reitos, sa­lá­rios e pen­sões, con­ti­nuar a des­truir os ser­viços pú­blicos e as fun­ções so­ciais, cul­tu­rais, eco­nó­micas e de so­be­rania do Es­tado ou re­ne­go­ciar a dí­vida para poder in­vestir na edu­cação, na saúde, na se­gu­rança so­cial, na cul­tura, na pro­dução na­ci­onal, na va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios e pen­sões».

Para o PCP, como deixou vin­cado Mi­guel Tiago, só esta úl­tima é so­lução. É que, frisou, in­ter­pe­lando a mi­nistra, «re­cusar a re­ne­go­ci­ação da dí­vida não é hon­radez», mas sim «pre­texto para con­ti­nuar a po­lí­tica da troika e de es­bulho da ri­queza pro­du­zida por quem tra­balha». Ao invés, su­bli­nhou, «re­ne­go­ciar a dí­vida é de­fender o in­te­resse na­ci­onal».




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