Virgínia de Moura

Assinala-se este ano o centenário do nascimento de Virgínia de Moura, militante comunista, destacada resistente antifascista, construtora do regime democrático, defensora dos direitos das mulheres, lutadora pela paz. No passado sábado, a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP inaugurou uma exposição evocativa deste centenário na biblioteca Almeida Garrett, nos jardins do Palácio de Cristal. Esta iniciativa, a primeira de um conjunto de acções, contou com a presença de muitos militantes e simpatizantes do Partido, bem como de representantes de instituições convidadas.

Na ocasião, Jaime Toga, da Comissão Política, valorizou a exposição e o contributo que dá para o «reconhecimento, valorização e divulgação da vida, obra e luta desta mulher singular da história do século XX do nosso País». O dirigente comunista destacou o facto de Virgínia de Moura ser, desde muito jovem, possuidora de um tal «ímpeto contra as injustiças» e de entrega à «defesa das liberdades» que, quando tinha apenas 16 anos, já participava «nos protestos contra o assassinato pela polícia fascista de um estudante de medicina da Universidade do Porto». Aos 18, acrescentou, quando já fazia parte do Socorro Vermelho Internacional, tomou a decisão de ingressar no Partido Comunista Português.

Prosseguindo, Jaime Toga realçou que aquela que foi «uma das primeiras mulheres formadas em Engenharia Civil» esteve sempre do lado certo da luta: nas lutas estudantis e na solidariedade com os republicanos espanhóis; na dinamização e participação nos movimentos de unidade antifascista (MUNAF, MUD e MND) e nas candidaturas presidenciais de Norton de Matos, Ruy Luís Gomes, Arlindo Vicente e Humberto Delgado, e da Oposição Democrática; e no apoio à libertação dos povos das colónias. Pelas suas opções, pagou uma pesada factura: foi presa 16 vezes, nove das quais processada e três condenada. Foi agredida diversas vezes.

O membro da Comissão Política recordou ainda que Virgínia de Moura «viveu o derrube da ditadura fascista» e teve um papel activo após a Revolução de Abril, marcando até ao fim dos seus dias presença nas «pequenas e grandes lutas, em representação do seu Partido de sempre». A encerrar, Jaime Toga garantiu que os comunistas e os democratas reconhecem o contributo de Virgínia de Moura e serão dignos dele, prosseguindo a sua luta no presente e no futuro.

Após 2 de Maio, a mostra percorrerá outras localidades e instituições. O momento central da homenagem a Virgínia de Moura tem lugar a 18 de Julho, com uma sessão evocativa na Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, com a presença de Jerónimo de Sousa.




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