Frutos e lições da unidade e firmeza

Vitória na Efacec

A luta que se viu du­rante mais de dois meses, com ple­ná­rios, greves e con­cen­tra­ções de pro­testo junto aos por­tões de acesso à sede e às fá­bricas, re­sultou numa vi­tória dos tra­ba­lha­dores.

Os di­reitos con­quis­tados têm que ser de­fen­didos

Au­mentos sa­la­riais, cum­pri­mento do con­trato co­lec­tivo de tra­balho do sector FMEE (fa­bri­cantes de ma­te­rial eléc­trico e elec­tró­nico) e re­forço dos di­reitos so­ciais foram ob­tidos com «a pro­lon­gada luta contra a in­tran­si­gência ne­go­cial da ad­mi­nis­tração», como sa­li­entou o SITE Norte, num co­mu­ni­cado que o sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN pu­blicou na se­mana pas­sada, sobre o acordo al­can­çado e apro­vado em ple­nário.
Aí se des­taca que o au­mento sa­la­rial não fica su­jeito a qual­quer es­pécie de ava­li­ação, va­ri­ando entre 55 euros, para os tra­ba­lha­dores com sa­lá­rios até 800 euros, e 1,5 por cento, com um mí­nimo de 25 euros, para sa­lá­rios su­pe­ri­ores a 1011 euros.
As­si­na­lando que há um re­forço dos di­reitos so­ciais, o SITE Norte re­fere ainda, como re­sul­tados da luta tra­vada desde Fe­ve­reiro, que ha­verá re­qua­li­fi­ca­ções pro­fis­si­o­nais (ajus­ta­mento da ca­te­goria pro­fis­si­onal às fun­ções exe­cu­tadas, até Junho) e não será uti­li­zado tempo de fé­rias para «pontes» (um ponto que vai ser ana­li­sado em Ou­tubro, para aplicar em 2016). Ficam ga­ran­tidos até três dias de faltas por do­ença, sem baixa, duas vezes por ano; dois dias por mês ou 10 dias por ano de faltas re­mu­ne­radas para as­sis­tência ao agre­gado fa­mi­liar; quatro horas por dia, 16 horas por mês e 40 horas por ano de dis­pensas para con­sultas mé­dicas.

«Este im­por­tante acordo só se tornou pos­sível graças à uni­dade e forte de­ter­mi­nação dos tra­ba­lha­dores que, jun­ta­mente com o SITE Norte, re­sis­tiram a todas as pres­sões e ma­no­bras», sa­li­entou o sin­di­cato.
«Pe­rante a força e união dos tra­ba­lha­dores, a ad­mi­nis­tração não teve outro re­médio que não fosse ad­mitir que a con­versa do “não há con­di­ções para a ac­tu­a­li­zação dos ven­ci­mentos mais baixos” era men­tira, uma forma de chan­tagem, uma ten­ta­tiva de impor a re­ti­rada de cada vez mais di­reitos para que pu­dessem ter cada vez mais lu­cros à custa do vosso tra­balho», afirma-se no co­mu­ni­cado que o Sector de Em­presas da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP dis­tri­buiu na Efacec no final da se­mana pas­sada.
Des­ta­cando a im­por­tância do acordo con­quis­tado para a me­lhoria das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores, o Par­tido as­si­nala «as li­ções que se re­tiram desta longa luta».
Quem es­teve nestes com­bates não deve es­quecer-se de que «o acordo custou a con­quistar», tendo pre­sente que «esta foi uma luta di­fícil porque nunca, em toda a his­tória da hu­ma­ni­dade, algo de im­por­tante foi ofe­re­cido aos tra­ba­lha­dores», «todos os nossos di­reitos ti­veram de ser con­quis­tados».
Os «tra­ba­lha­dores que não es­ti­veram na luta – e que agora serão be­ne­fi­ci­ados pelo acordo que ou­tros con­quis­taram», de­verão juntar-se, da pró­xima vez, «ao lado certo do pi­quete de greve», pois «a luta, quando su­por­tada por todos em so­li­da­ri­e­dade, re­quer menos sa­cri­fício e obtém mais re­sul­tados».
Por fim, os di­reitos que agora foram al­can­çados «têm de ser de­fen­didos, sob pena de, não o fa­zendo, os per­dermos». E «a me­lhor ma­neira de os de­fender é através de novas lutas por mais di­reitos e com o re­forço da or­ga­ni­zação dos tra­ba­lha­dores» e da sua uni­dade, «dando força ao mo­vi­mento sin­dical de classe que apoiou os tra­ba­lha­dores, o SITE Norte».

Acordo na Exide

Na Exide (ex-Tudor), em Cas­ta­nheira do Ri­ba­tejo, foi con­cluída a ne­go­ci­ação do ca­derno rei­vin­di­ca­tivo para 2015 e do «acordo in­terno». A Co­missão In­ter­sin­dical e a Co­missão de Tra­ba­lha­dores anun­ci­aram que o acordo foi al­can­çado numa reu­nião dos re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores com a di­recção da fá­brica, a 14 de Abril, se­guindo a de­cisão apro­vada em ple­nário, e «só foi pos­sível de­vido à uni­dade e em­penho de todos os tra­ba­lha­dores».
Foram as­se­gu­rados um au­mento sa­la­rial de 20 euros para todos os tra­ba­lha­dores e ac­tu­a­li­zação de ou­tras ma­té­rias com ex­pressão pe­cu­niária (sub­sídio de re­feição de 6,32 euros, sub­sídio para fi­lhos de­fi­ci­entes – 100 euros, sub­sídio de ma­ter­ni­dade – 455 euros, sub­sídio de pa­ter­ni­dade – 80 euros, prémio de an­ti­gui­dade – 32,40 euros).
O «acordo in­terno», que re­gula as re­la­ções la­bo­rais na em­presa, con­sagra im­por­tantes di­reitos, re­fere-se na nota di­vul­gada no sítio da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, onde o do­cu­mento está pu­bli­cado.

 



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