Precariedade extrema alastra no Reino Unido

700 mil com «zero horas»

Cerca de 700 mil pes­soas vivem no Reino Unido ex­clu­si­va­mente de em­pregos sem ho­rário e sa­lá­rios ga­ran­tidos, ao sabor dos in­te­resses de cir­cuns­tância do pa­tro­nato.

Nú­meros ofi­ciais re­co­nhecem si­tu­ação alar­mante

As es­ta­tís­ticas ofi­ciais bri­tâ­nicas de­mo­raram algum tempo a re­co­nhecer a ver­da­deira di­mensão dos con­tratos «zero horas».

Os nú­meros do go­verno ten­diam a mi­ni­mizar o pro­blema, apon­tando uma per­cen­tagem re­si­dual de pes­soas com este tipo de «vín­culo».

Em 2013 eles não se­riam mais que 250 mil em todo o Reino Unido, mas não tardou que en­ti­dades in­de­pen­dentes trou­xessem nú­meros muito mais ele­vados para a ri­balta po­lí­tica. Es­ti­ma­tivas pru­dentes re­fe­riram então um mi­lhão de con­tratos «zero horas». Hoje estão cla­ra­mente ul­tra­pas­sadas.

Um re­cente re­la­tório do Ga­bi­nete Na­ci­onal de Es­ta­tís­ticas (Of­fice Na­ti­onal Sta­tis­tics) veio com­provar que pelo menos 697 mil pes­soas de­pendem ex­clu­si­va­mente deste tipo de con­tratos.

No en­tanto, a mesma fonte re­fere um outro inqué­rito que re­a­lizou junto das em­presas, o qual in­dica a exis­tência de 1,8 mi­lhões de con­tratos que não ga­rantem um nú­mero mí­nimo de horas de tra­balho, e por con­se­guinte qual­quer re­mu­ne­ração mí­nima.

No meio da cor­rida elei­toral, em que tra­ba­lhistas e con­ser­va­dores lutam de­ses­pe­ra­da­mente para vencer, por um voto que seja, o su­frágio de hoje, dia 7, o tema da pre­ca­ri­e­dade ex­trema tornou-se cen­tral no de­bate po­lí­tico.

E até aqueles que du­rante anos fe­charam os olhos ao pro­blema, hoje têm de ad­mitir hi­po­cri­ta­mente, como fez David Ca­meron pe­rante as câ­maras, que não po­de­riam, eles pró­prios, «viver ex­clu­si­va­mente de con­tratos “zero horas”».




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