Aveiro

Sanha privatizadora

A «con­cessão» do ser­viço de trans­portes até agora as­se­gu­rado pela Mo­ve­A­veiro e a ce­dência da quota de­tida pela Câ­mara Mu­ni­cipal de Aveiro (CMA) na Em­presa de Re­sí­duos Só­lidos Ur­banos do Centro (ERSUC) lesa os in­te­resses da po­pu­lação e da au­tar­quia. Para a Co­missão Con­ce­lhia de Aveiro do PCP, ambas as vendas, apro­vadas no final da pri­meira quin­zena de Agosto em As­sem­bleia Mu­ni­cipal, re­flectem «as ina­cei­tá­veis po­lí­ticas de ali­e­nação de pa­tri­mónio e con­cessão de ser­viços pú­blicos por parte do exe­cu­tivo mu­ni­cipal PSD/​CDS», li­de­rado por Ribau Es­teves.

Aquela di­recção local do Par­tido nota, em co­mu­ni­cado emi­tido dia 19, que no caso da Mo­ve­A­veiro, o ne­gócio «re­a­liza-se, por um lado, em con­di­ções que as­se­guram a ma­nu­tenção do pre­juízo fi­nan­ceiro da CMA num valor entre 800 e 900 mil euros (numa ló­gica em tudo se­me­lhante às fa­mi­ge­radas "PPP", em que o con­ces­si­o­nário pri­vado se vê es­cu­dado de qual­quer risco), e, por outro, com o pre­juízo ime­diato na si­tu­ação la­boral dos tra­ba­lha­dores», já que estes não têm as­se­gu­radas as con­di­ções ideais para o ser­viço pú­blico de trans­portes.

Ou seja, pros­segue a Co­missão Con­ce­lhia, «a res­posta da CMA não passa pela re­so­lução das di­fi­cul­dades da em­presa mas sim pela so­lução final da sua ex­tinção e en­trega da sua ac­ti­vi­dade a pri­vados», opção que o PCP re­jeita. Tanto mais que «a linha de ar­gu­men­tação de uma ale­gada "pou­pança" ao erário pú­blico» tem como base uma em­presa de­sa­pos­sada das li­nhas ren­tá­veis e, desde há muito, a so­frer um pro­cesso de des­va­lo­ri­zação do seu ser­viço e con­se­quente perda de pres­tígio junto dos utentes.

«Como o PCP em tempo alertou, as po­lí­ticas de di­reita de PSD/​CDS ao longo dos seus di­versos exe­cu­tivos mu­ni­ci­pais na Mo­ve­A­veiro, e a com­pleta sub­missão aos in­te­resses das trans­por­ta­doras pri­vadas, sa­bo­taram a em­presa com o ob­jec­tivo da sua ex­tinção», acres­centa-se.

Quanto ao pro­cesso re­fe­rente à ERSUC, a con­ce­lhia de Aveiro do PCP la­menta a «ali­e­nação por um valor ir­ri­sório» de «um con­junto de ac­ções numa em­presa de im­por­tância fun­da­mental que anu­al­mente ge­rava e atri­buía lu­cros a aplicar na ac­ti­vi­dade da CMA». A ce­dência da par­ti­ci­pação «é tanto mais gra­vosa quando é igual­mente do co­nhe­ci­mento pú­blico o pro­cesso de pri­va­ti­zação da em­presa, fi­cando assim o mu­ni­cípio de Aveiro sem qual­quer poder de in­ter­venção nesta ma­téria de in­te­resse pú­blico», acres­centam os co­mu­nistas avei­renses.

Neste con­texto, «a po­lí­tica de di­reita do ac­tual exe­cu­tivo mu­ni­cipal PSD/​CDS, ao con­trário de toda as ma­no­bras de cos­mé­tica e de­cla­ra­ções de Ribau Es­teves, cor­res­ponde à con­ti­nui­dade dos úl­timos man­datos de PSD/​CDS, não só pela sua sanha de ali­e­nação e con­cessão de ser­viços e meios pú­blicos, mas igual­mente pela total in­ca­pa­ci­dade de re­so­lução dos graves pro­blemas com que se de­bate a CMA e a po­pu­lação de Aveiro», con­si­dera o Par­tido, que a pro­pó­sito «rei­tera o seu com­pro­misso com a po­pu­lação e os tra­ba­lha­dores do con­celho, com­ba­tendo estas e ou­tras me­didas e ape­lando à luta e in­ter­venção de todos os avei­renses».

 



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