Animais errantes

Promover a adopção e a esterilização

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Ronda os 100 mil o nú­mero de cães e gatos que anu­al­mente são aba­tidos no nosso País. Nú­mero que dá que pensar e que não pode deixar de nos in­ter­pelar para a ne­ces­si­dade ur­gente de ver adop­tadas me­didas que con­duzam a uma mu­dança pro­funda desta som­bria re­a­li­dade. Nessa di­recção, fe­liz­mente, apontam dois pro­jectos de lei ac­tu­al­mente em sede de co­missão par­la­mentar de Am­bi­ente, Or­de­na­mento do Ter­ri­tório, Des­cen­tra­li­zação, Poder Local e Ha­bi­tação, para onde bai­xaram, sem vo­tação, por um pe­ríodo de 90 dias, após apre­ci­ação em ple­nário em me­ados de De­zembro.

Num dos di­plomas, da au­toria do PCP, pre­co­niza-se a cri­ação de uma rede de cen­tros de re­colha ofi­cial de ani­mais, a par da mo­der­ni­zação dos ser­viços mu­ni­ci­pais de ve­te­ri­nária. No outro di­ploma - uma ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva de ci­da­dãos -, proíbe-se o abate in­dis­cri­mi­nado de ani­mais pelas câ­maras mu­ni­ci­pais e ins­titui-se uma po­lí­tica de con­trolo das po­pu­la­ções de ani­mais er­rantes, sendo ainda es­ta­be­le­cidas con­di­ções adi­ci­o­nais para a cri­ação e venda de ani­mais de com­pa­nhia.

No que se re­fere ao tra­ta­mento e cui­dado de ani­mais er­rantes não se parte aliás do nada, uma vez que há já bons exem­plos por parte do poder local nessa ma­téria, ha­vendo que des­tacar as ex­pe­ri­ên­cias de abate zero em vá­rios cen­tros de re­colha pelo País, como as­si­nalou no de­bate a de­pu­tada co­mu­nista Ana Mes­quita.

Este foi de resto um ponto po­si­tivo por si muito va­lo­ri­zado, o mesmo já não acon­te­cendo com o facto de, não obs­tante ter sido apro­vada pela AR uma re­so­lução em 2011, as al­te­ra­ções nela pro­postas não terem che­gado a todo o lado nem ter ha­vido uma «uni­for­mi­zação dos pro­ce­di­mentos».

Daí a im­por­tância que o PCP dá à cri­ação da re­fe­rida rede de cen­tros de re­colha de ani­mais e mo­der­ni­zação dos ser­viços mu­ni­ci­pais de ve­te­ri­nária, «dando pri­o­ri­dade às ins­ta­la­ções e aos meios mais de­gra­dados, ob­so­letos ou in­su­fi­ci­entes».

Trata-se, ainda, como ex­plicou Ana Mes­quita, de pro­ceder a uma «al­te­ração de pa­ra­digma», isto é, passar de uma «ló­gica de abate para uma ló­gica de es­te­ri­li­zação», o que pres­supõe o en­vol­vi­mento da co­mu­ni­dade e das ins­ti­tui­ções. E nesse sen­tido, frisou, há que ini­ciar a sen­si­bi­li­zação para as ques­tões do bem-estar animal logo a partir do 1.º Ciclo do En­sino Bá­sico.

Igual­mente im­por­tante - e nesse sen­tido vai a pro­posta do PCP - , é que haja uma boa ar­ti­cu­lação entre o go­verno, as au­tar­quias lo­cais, o mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo e as as­so­ci­a­ções não-go­ver­na­men­tais de am­bi­ente para a re­a­li­zação de cam­pa­nhas de es­te­ri­li­zação de ani­mais er­rantes, de adopção de ani­mais aban­do­nados e de cam­pa­nhas contra o aban­dono.

Em suma, para o PCP, o que se impõe é «travar o brutal pro­ce­di­mento de abate in­dis­cri­mi­nado», ope­rando uma mu­dança que leve a uma baixa da po­pu­lação animal er­rante, de forma pro­gres­siva, «con­tro­lada e se­gura».




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