Campanha do PCP sobre precariedade

Denunciar, mobilizar, lutar

A cam­panha na­ci­onal contra a pre­ca­ri­e­dade contou, no dia 18, com a des­ta­cada par­ti­ci­pação de vá­rios de­pu­tados do Par­tido no con­tacto com os tra­ba­lha­dores nas em­presas.

O PCP quer acabar com a pre­ca­ri­e­dade em todas as suas ex­pres­sões

No dis­trito de Lisboa, a de­pu­tada Ana Mes­quita es­teve no con­celho de Sintra, onde passou pela Mon­delez, Fórum Sintra e Printer: na Mon­delez, cuja venda a outra em­presa fora anun­ciada na vés­pera, o PCP re­a­firmou a so­li­da­ri­e­dade aos tra­ba­lha­dores e deu a co­nhecer a sua in­ter­venção na As­sem­bleia da Re­pú­blica re­la­ti­va­mente a essa si­tu­ação; no centro co­mer­cial, a de­le­gação do Par­tido ouviu múl­ti­plas de­nún­cias sobre si­tu­a­ções de pre­ca­ri­e­dade e apre­sentou as suas pro­postas para as re­solver; na Printer, onde na vés­pera se tinha re­a­li­zado uma grande jor­nada de luta em de­fesa dos sa­lá­rios e da con­tra­tação co­lec­tiva, a de­pu­tada do PCP e os res­tantes mi­li­tantes co­mu­nistas di­vul­garam o teor da per­gunta en­de­re­çada nesse mesmo dia ao mi­nistro da Eco­nomia sobre ques­tões da em­presa.

Nou­tros con­ce­lhos do dis­trito, Ana Mes­quita, Rita Rato e Mi­guel Tiago par­ti­ci­param em ac­ções de con­tacto com os tra­ba­lha­dores da Si­e­mens, em Al­fra­gide, do centro de con­tacto da Randstad, em Lisboa (onde mais de mil tra­ba­lha­dores fazem ser­viços para em­presas como a EDP, NOS, OK Te­le­se­guros, Nestlé), da Im­prensa Na­ci­onal Casa da Moeda, RTP, Cimpor e Sidul.

Em Se­túbal, os de­pu­tados eleitos pelo PCP pas­saram pelos cen­tros co­mer­ciais Alegro e Rio Sul e em Évora João Oli­veira es­teve na Tyco, na Fi­de­li­dade, na Ges­tamp e no Parque In­dus­trial de Vendas Novas. No Porto, para além da au­dição sobre pre­ca­ri­e­dade nas grandes su­per­fí­cies co­mer­ciais, os de­pu­tados do PCP es­ti­veram na Sun­vi­auto, Ca­e­tano Bus, Mer­cafar, Vi­anas, Mon­te­negro Fer­nandes, Re­nault e Eu­ropac. Em Beja, João Ramos es­teve em vá­rias em­presas e ins­ti­tui­ções e no dis­trito de San­tarém An­tónio Fi­lipe passou pelos es­ta­leiros da Câ­mara Mu­ni­cipal de Sal­va­terra de Magos, pelo Tor­reshop­ping e pela Carnes Nobre.

De­nun­ciar e mo­bi­lizar

Com ou sem a pre­sença dos de­pu­tados, o PCP con­tinua a levar aos tra­ba­lha­dores a de­núncia da pre­ca­ri­e­dade e a apelar à sua or­ga­ni­zação e luta para que a um posto de tra­balho per­ma­nente cor­res­ponda, como a lei con­sagra, um con­trato de tra­balho efec­tivo. Aos tra­ba­lha­dores da Vul­cano, no dis­trito de Aveiro, o Par­tido dis­tri­buiu um co­mu­ni­cado sobre o «banco de horas», de­nun­ci­ando os ver­da­deiros ob­jec­tivos desta me­dida: ga­rantir ao pa­tro­nato a pos­si­bi­li­dade de, «sem custos, ade­quar os ritmos de pro­dução ao vo­lume de pro­dução que de­seja, em vir­tude de en­co­mendas con­cretas ou de­ter­mi­nadas es­tra­té­gias co­mer­ciais».

Se quem ganha com isto é o pa­tro­nato, quem perde são os tra­ba­lha­dores, ga­rante o PCP, lem­brando que estes são «for­çados a ade­quar a or­ga­ni­zação da sua vida pes­soal e fa­mi­liar às von­tades do pa­trão, per­dendo horas ou sá­bados de des­canso e vi­vendo na con­tin­gência de nunca saber bem como será a sua pró­xima se­mana». Além disso, acres­centam, há si­tu­a­ções em que o «ex­cesso de tra­balho conduz a um can­saço in­com­por­tável», au­men­tando o stress e o risco de aci­dentes. O PCP lembra que os tra­ba­lha­dores podem re­cusar-se a fazer «banco de horas».

Na Grohe, igual­mente no dis­trito de Aveiro, de­nun­ciou-se a ins­ta­bi­li­dade pro­vo­cada pela ad­mi­nis­tração, que trata os tra­ba­lha­dores como «au­tên­ticas peças des­car­tá­veis». São muitos os exem­plos de tra­ba­lha­dores que en­tram na Grohe através de em­presas de tra­balho tem­po­rário, por pe­ríodos nunca su­pe­ri­ores a dois anos, de­pois vão para o de­sem­prego até serem con­tra­tados pela pró­pria Grohe com con­tratos a termo.

  

Partir da re­a­li­dade con­creta

A cam­panha na­ci­onal do PCP «Mais Di­reitos, Mais Fu­turo. Não à Pre­ca­ri­e­dade» ini­ciou-se no dia 18 de Fe­ve­reiro com a re­a­li­zação de mais de 70 ini­ci­a­tivas de con­tacto com tra­ba­lha­dores. De então para cá, muitas ou­tras ti­veram lugar. Neste pe­ríodo de pouco mais de um mês, o jornal na­ci­onal da cam­panha, em dis­tri­buição até final deste mês, serviu de mote para estas ac­ções.

Entre Abril e Junho, mo­mento em que cul­mina a pri­meira fase da cam­panha, o es­sen­cial das ini­ci­a­tivas será su­por­tada pela di­nâ­mica pró­pria das or­ga­ni­za­ções e sec­tores, com a ela­bo­ração e pro­dução de do­cu­mentos de em­presa, sector ou as­pectos te­má­ticos a partir das re­a­li­dades con­cretas. A Cons­ti­tuição da Re­pú­blica e a sua re­lação com o tra­balho e os di­reitos, os 130 anos dos acon­te­ci­mentos de Chi­cago, que estão na origem do 1.º de Maio, e a li­gação desta data com a luta pela re­dução da jor­nada de tra­balho serão as­pectos em des­taque.




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