Franceses contra «Lei do Trabalho»

Luta de todos

Trabalhadores e estudantes realizam hoje, em toda a França, uma grande jornada de luta pela retirada do projecto de lei do trabalho, que inclui greves em todos os sectores.

Greves e manifestações exigem retirada do projecto

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A retrógrada proposta de lei foi aprovada, dia 24, em Conselho de Ministros, numa versão mais amenizada em relação ao projecto inicial. Porém, os recuos do governo Hollande-Valls, depois das grandes manifestações realizadas nas últimas semanas por sindicatos e organizações de estudantes, não alteraram a essência da reforma laboral, concebida na raiz para atacar o horário das 35 horas, facilitar despedimentos e agravar a exploração, em particular, dos jovens trabalhadores.

Por isso, no dia em que os ministros aprovaram a lei para posterior debate no parlamento, quatro centrais sindicais e numerosas organizações estudantis voltaram a manifestar-se nas principais cidades francesas, exigindo a retirada completa do projecto.

A União Nacional de Estudantes de França estimou em 150 mil o número de jovens que participaram nas acções de dia 24. Em Paris, Nantes, Rouen, Lyon, Grenoble, Besançon, Bordéus ou ainda Marselha as ruas encheram-se de protestos e palavras de ordem contra a «Lei Khomri», nome da ministra do Trabalho, Myriam El Khomri, responsável pelo diploma.

Desta vez, porém, a pressão dos contingentes policiais resultou em confrontos violentos e dezenas de detenções. As câmaras de televisão registaram imagens chocantes de uso desproporcionado da força contra adolescentes. O próprio ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, foi forçado a reconhecer os «excessos» policiais e a anunciar a abertura de uma investigação, prometendo sanções adequadas.

Para hoje, 31, está anunciada uma jornada de luta ainda mais ampla do que a de dia 9, data em que mais de meio milhão de trabalhadores, estudantes e reformados repudiaram a ofensiva contra os direitos laborais.




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