Ferroviários em luta na Bélgica

Comboios parados

Uma greve ini­ciada, dia 25, nos ca­mi­nhos-de-ferro da Bél­gica con­ti­nuava no início da se­mana a per­turbar for­te­mente a cir­cu­lação fer­ro­viária no país.

 

Tra­ba­lha­dores res­pondem à ofen­siva anti-so­cial

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O mo­vi­mento gre­vista foi lan­çado no dia se­guinte à jor­nada na­ci­onal de luta contra o pa­cote an­ti­la­boral do go­verno de Charles Mi­chel, que juntou cerca de 80 mil pes­soas nas ruas de Bru­xelas.

A ma­ni­fes­tação, que ficou mar­cada por vi­o­lentos con­frontos, foi con­vo­cada por três cen­trais belgas que con­testam as al­te­ra­ções na le­gis­lação la­boral.

No final da acção, que até ali tinha de­cor­rido de forma pa­cí­fica, grupos iso­lados ves­tidos com as cores dos sin­di­catos pro­vo­caram as forças de se­gu­rança, que res­pon­deram com ca­nhões de água e gases la­cri­mo­gé­neos.

Dos con­frontos re­sul­taram duas de­zenas de de­tidos e 16 fe­ridos, três dos quais agentes da po­lícia.

Sob o lema «O copo está cheio», os prin­ci­pais sin­di­catos exigem a re­ti­rada da cha­mada «lei Pe­e­ters», que pre­tende des­truir a jor­nada das 38 horas há muito vi­gente na Bél­gica.

Re­pre­sen­tantes do Par­tido So­ci­a­lista, dos Verdes e do Par­tido dos Tra­ba­lha­dores da Bél­gica par­ti­ci­param no pro­testo.

Copo trans­bor­dado

No quadro da ofen­siva anti-so­cial dos úl­timos anos, agra­vada pelo ac­tual go­verno belga (uma co­li­gação entre três par­tidos de di­reita fla­mengos e o Mo­vi­mento Re­for­mador de Charles Mi­chel), os fer­ro­viá­rios da com­pa­nhia pú­blica SNCB ini­ci­aram uma greve sem pré-aviso em pro­testo contra os cortes de pes­soal e o plano de eco­no­mias da em­presa.

Os tra­ba­lha­dores queixam-se da falta de pes­soal e de ma­te­rial nas ofi­cinas e re­ceiam as con­sequên­cias do plano de eco­no­mias que tem como ob­jec­tivo cortar três mil mi­lhões nos custos de fun­ci­o­na­mento.

Os cortes pre­vistos para os pró­ximos cinco anos in­cluem a su­pressão de com­boios, o en­cer­ra­mento de es­ta­ções ru­rais e a su­pressão de seis mil postos de tra­balho.

To­davia, a gota que fez trans­bordar o copo foi o anúncio, na se­mana pas­sada, da su­pressão dos dias de folga de­vidos por tra­balho ex­tra­or­di­nário.

O ho­rário na SNCB é de 36 horas se­ma­nais, porém, grande parte dos tra­ba­lha­dores efec­tuam 40 horas, sendo com­pen­sados com dias de folga.

Ora a de­cisão da ad­mi­nis­tração eli­mina uma parte destas folgas, com efeitos re­tro­ac­tivos a 1 de Ja­neiro.

Fa­lhadas as ten­ta­tivas de con­ci­li­ação, os tra­ba­lha­dores dei­taram mão ao seu úl­timo re­curso – a greve.

 



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